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O Hypercluster da Economia do Mar.

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dimensões de acção distintas. A primeira noção de estratégia é uma racionalização de mesa de<br />

planeamento, enquanto que a segun<strong>da</strong> noção de estratégia é uma racionalização produzi<strong>da</strong> na relação<br />

competitiva.<br />

Estas duas acepções <strong>da</strong> noção de estratégia têm um interesse especial quan<strong>do</strong> se considera o mo<strong>do</strong> de<br />

formulação de estratégias de desenvolvimento económico. Sen<strong>do</strong> os programas de desenvolvimento e de<br />

modernização <strong>da</strong> economia combinação de meios para a realização de objectivos, é natural que se<br />

estabeleça uma estratégia para a concretização dessas finali<strong>da</strong>des. No padrão de modernização <strong>da</strong><br />

economia nacional, quan<strong>do</strong> o Esta<strong>do</strong> nacional era o principal agente decisor dentro <strong>do</strong> território delimita<strong>do</strong><br />

por fronteiras, que também era um território de identi<strong>da</strong>de e um território de soberania, a formulação de uma<br />

estratégia económica enquadrava-se na primeira noção, ou noção corrente, de determinação de um<br />

caminho óptimo ten<strong>do</strong> em conta os meios existentes e os objectivos legitima<strong>do</strong>s como deseja<strong>do</strong>s. Porém,<br />

quan<strong>do</strong> se evolui para o padrão de modernização <strong>da</strong> globalização competitiva, esta noção <strong>da</strong> racionalização<br />

estratégica linear e com campo de acção deixa de ser adequa<strong>da</strong>. Na globalização competitiva há um<br />

confronto de vi<strong>da</strong> e de morte, ain<strong>da</strong> que nas formas de viabili<strong>da</strong>de e de sustentabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s activi<strong>da</strong>des e<br />

<strong>da</strong>s posições de merca<strong>do</strong>, por um la<strong>do</strong>, e de expulsão <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> e acumulação de desequilíbrios, por<br />

outro la<strong>do</strong>. Este confronto traduz-se em destruição de sectores de activi<strong>da</strong>de – e uma vez perdi<strong>da</strong>s as<br />

competências acumula<strong>da</strong>s nesses sectores, será difícil voltar a encontrar as condições para a sua<br />

reconstituição.<br />

A passagem de um padrão de modernização delimita<strong>do</strong> pelos espaços nacionais para um padrão de<br />

modernização caracteriza<strong>do</strong> pela mobili<strong>da</strong>de, onde os espaços são penetra<strong>do</strong>s por fluxos (de produtos, de<br />

serviços, de pessoas e de capitais), altera radicalmente as condições <strong>do</strong> pensamento estratégico.<br />

No padrão de modernização <strong>da</strong> globalização competitiva, a produção estratégica é fortemente condiciona<strong>da</strong><br />

pelo objectivo de destruição competitiva <strong>do</strong>s concorrentes de mo<strong>do</strong> a ocupar as suas posições de merca<strong>do</strong>.<br />

Nas condições tradicionais, as relações de confronto de vontades podiam ser deixa<strong>da</strong>s para o campo<br />

especializa<strong>do</strong> <strong>da</strong>s relações <strong>do</strong> poder político com a instituição militar. No entanto, no contexto <strong>do</strong> padrão de<br />

modernização <strong>da</strong> globalização competitiva, as relações <strong>do</strong> confronto de vontades passaram para o primeiro<br />

plano e são mesmo uma característica central <strong>da</strong> estratégia económica, em termos <strong>da</strong>s economias<br />

nacionais, em termos <strong>do</strong>s sectores ou <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s e em termos <strong>da</strong>s empresas. Esta característica central<br />

<strong>da</strong> competitivi<strong>da</strong>de, como confronto de eficiências está na origem <strong>da</strong>s novas configurações <strong>do</strong>s poderes,<br />

onde o poder político aparece estreitamente associa<strong>do</strong> ao poder empresarial – e este, por sua vez, só tem<br />

os recursos de que necessita porque o poder político os coloca à sua disposição.<br />

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O <strong>Hypercluster</strong> <strong>da</strong> <strong>Economia</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong><br />

Relatório Final | 17.Fevereiro.2009

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