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O Hypercluster da Economia do Mar.

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A descoberta já feita de ricas explorações petrolíferas em África, mais as que se prevêem, fazem desse<br />

continente um actor importante na produção global de petróleo. Pelo que se sabe, África detém 8% <strong>da</strong>s<br />

reservas mundiais de petróleo, produz actualmente 11% <strong>da</strong> cifra global e prevê-se que a extracção continue<br />

a aumentar a um ritmo de 6% ao ano. As descobertas mais relevantes referem-se a campos no offshore de<br />

Angola, Nigéria e Guiné Equatorial. Acredita-se que as águas de S. Tomé e Príncipe escon<strong>da</strong>m reservas de<br />

<strong>do</strong>is biliões de barris de petróleo e que o interesse demonstra<strong>do</strong> por companhias internacionais de petróleo<br />

fará com que este arquipélago <strong>da</strong> Lusofonia se junte ao grupo <strong>do</strong>s produtores africanos relevantes.<br />

Atravessan<strong>do</strong> o Atlântico de língua portuguesa para poente, encontramos em crescen<strong>do</strong> a exploração<br />

petrolífera <strong>do</strong> Brasil em mar já de significativa profundi<strong>da</strong>de, na sequência de um processo de prospecção<br />

longo, em que foram usa<strong>da</strong>s várias componentes <strong>do</strong> saber e <strong>da</strong> técnica desse país, incluin<strong>do</strong> a <strong>Mar</strong>inha de<br />

Guerra. Esta, apoia<strong>da</strong> pela indústria petrolífera, desenvolveu capaci<strong>da</strong>des de mergulho muito profun<strong>do</strong> para<br />

participar na prospecção e na exploração <strong>do</strong>s poços <strong>do</strong> offshore. Recentemente, o Brasil entregou nas<br />

Nações Uni<strong>da</strong>s o processo de candi<strong>da</strong>tura à extensão <strong>da</strong> plataforma continental, para a maioria <strong>da</strong> sua<br />

costa, visan<strong>do</strong> aproveitar a possibili<strong>da</strong>de conferi<strong>da</strong> aos esta<strong>do</strong>s ribeirinhos pelo artigo 76º <strong>da</strong> Convenção <strong>da</strong>s<br />

Nações Uni<strong>da</strong>s <strong>do</strong> Direito <strong>do</strong> <strong>Mar</strong>, de lhes serem atribuí<strong>do</strong>s poderes soberanos sobre os recursos <strong>do</strong> fun<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> mar até ao máximo de 350 milhas <strong>da</strong> costa ou, se for mais favorável, até à batimétrica <strong>do</strong>s 2.500 metros<br />

mais 100 milhas náuticas. O Brasil pode, assim, vir a ser mais um grande produtor de petróleo na zona <strong>do</strong><br />

“Atlântico Moreno”, de língua portuguesa.<br />

A política <strong>do</strong>s grandes consumi<strong>do</strong>res de energia para o sector <strong>do</strong> petróleo leva-os a desenhar<br />

geoestratégias, que poderão causar instabili<strong>da</strong>de a essa larga faixa atlântica, pon<strong>do</strong> em causa a segurança<br />

e a continui<strong>da</strong>de <strong>da</strong> produção petrolífera. De facto, o aumento contínuo <strong>da</strong> influência <strong>da</strong> China em África e a<br />

sua assusta<strong>do</strong>ra necessi<strong>da</strong>de de petróleo para sustentar os níveis de crescimento e de desperdício de<br />

energia que a caracterizam é uma reali<strong>da</strong>de que deverá ser pondera<strong>da</strong> e contrabalança<strong>da</strong> pelo Ocidente e<br />

não apenas pelos EUA. Portugal tem, neste contexto, um importante papel político e estratégico a<br />

desempenhar, constituin<strong>do</strong>-se como parceiro de segurança e de activi<strong>da</strong>de económica <strong>do</strong>s países <strong>do</strong><br />

“Atlântico Moreno”.<br />

A exaustão progressiva que se está a verificar <strong>do</strong>s poços <strong>do</strong> offshore pouco profun<strong>do</strong> (< 500 m de son<strong>da</strong>), e<br />

a rápi<strong>da</strong> subi<strong>da</strong> <strong>do</strong> preço <strong>do</strong> petróleo estão a conduzir os trabalhos petrolíferos para mares mais profun<strong>do</strong>s,<br />

apesar <strong>do</strong>s aumentos de custos de prospecção e de exploração que isso implica (a perfuração de um poço<br />

em águas baixas pode custar 5 milhões de dólares USA, enquanto que essa mesma operação em águas<br />

profun<strong>da</strong>s pode valer 4 a 20 vezes mais, segun<strong>do</strong> o <strong>Mar</strong>ine Institute <strong>da</strong> Douglas-Westwood Limited, Galway-<br />

O <strong>Hypercluster</strong> <strong>da</strong> <strong>Economia</strong> <strong>do</strong> <strong>Mar</strong><br />

Relatório Final | 17.Fevereiro.2009<br />

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