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Desde a Monarquia ate a Anarquia

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

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Da <strong>Monarquia</strong> à <strong>Anarquia</strong><br />

Em conclusão esforçou-se por atirar o desprezo aos adeptos da fé reformada: “O que<br />

são estes luteranos? Uma quadrilha de insolentes pedantes, padres corruptos, devassos<br />

monges, advogados ignorantes e nobres degradados, juntamente com o povo comum a<br />

que transviaram e perverteram. Quanto lhes é superior o partido católico em número,<br />

competência e poder! Um decreto unânime desta ilustre assembléia esclarecerá os<br />

simples, advertirá os imprudentes, firmará os versáteis e dará força aos fracos.” -<br />

D’Aubigné.<br />

Com tais armas têm sido, em todos os tempos, atacados os defensores da verdade. Os<br />

mesmos argumentos ainda se apresentam contra todos os que ousam mostrar, em<br />

oposição a erros estabelecidos, os simples e diretos ensinos da Palavra de Deus. “Quem<br />

são estes pregadores de novas doutrinas?” exclamam os que desejam uma religião<br />

popular. “São indoutos, pouco numerosos, e das classes pobres. Contudo pretendem ter a<br />

verdade e ser o povo escolhido de Deus. São ignorantes e estão enganados. Quão superior<br />

em número e influência é a nossa igreja! Quantos grandes e ilustres homens existem entre<br />

nós! Quanto mais poder há de nosso lado!” Tais são os argumentos que têm influência<br />

decisiva sobre o mundo; mas não são mais conclusivos hoje do que o foram nos dias do<br />

reformador.<br />

A Reforma não terminou com Lutero, como muitos supõem. Continuará até ao fim da<br />

história deste mundo. Lutero teve grande obra a fazer, transmitindo a outros a luz que<br />

Deus permitira brilhar sobre ele; contudo, não recebeu toda a luz que deveria ser dada ao<br />

mundo. <strong>Desde</strong> aquele tempo até hoje, nova luz tem estado continuamente a resplandecer<br />

sobre as Escrituras, e novas verdades se têm desvendado constantemente. O discurso do<br />

legado produziu profunda impressão na Dieta. Não havia presente nenhum Lutero, com<br />

as claras e convincentes verdades da Palavra de Deus, para superar o defensor papal.<br />

Nenhuma tentativa se fez para defender o reformador. Era manifesta a disposição geral de<br />

não somente condená-lo e as doutrinas que ele ensinava mas, sendo possível, desarraigar<br />

a heresia. Roma fruíra da mais favorável oportunidade para defender sua causa. Tudo que<br />

ela poderia dizer em sua própria reivindicação, fora dito. Mas a aparente vitória foi o<br />

sinal da derrota. Dali em diante o contraste entre a verdade e o erro seria visto mais<br />

claramente, ao entrarem para a luta em campo aberto. Nunca mais desde aquele dia Roma<br />

se havia de sentir tão segura como estivera.<br />

Conquanto a maior parte dos membros da Dieta não tivesse hesitado em entregar<br />

Lutero à vingança de Roma, muitos deles viam e deploravam a depravação existente na<br />

igreja, desejosos da supressão dos abusos de que sofria o povo alemão em conseqüência<br />

da corrupção e cobiça da hierarquia. O legado apresentara sob a luz mais favorável o<br />

dogma papal. O Senhor então constrangeu um membro da Dieta a dar uma descrição<br />

verdadeira dos efeitos da tirania papal. Com nobre firmeza, o Duque Jorge da Saxônia se

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