21.04.2023 Views

Desde a Monarquia ate a Anarquia

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Da <strong>Monarquia</strong> à <strong>Anarquia</strong><br />

Não obstante, sob tantos e tão grandes desalentos, Lutero avançou resolutamente para<br />

a elevada norma de excelência moral e intelectual que lhe atraía a alma. Tinha sede de<br />

saber, e seu feitio de espírito ardoroso e prático, levou-o a desejar o que é sólido e útil em<br />

vez do que é vistoso e superficial. Quando, à idade de dezoito anos, entrou na<br />

Universidade de Erfurt, sua situação foi mais favorável e suas perspectivas mais<br />

brilhantes do que nos primeiros anos. Os pais, havendo pela economia e trabalho<br />

conseguido certo bem-estar, puderam prestar-lhe todo o auxílio necessário. E a influência<br />

de amigos judiciosos, diminuiu até certo ponto os efeitos sombrios de seu ensino anterior.<br />

Aplicou-se ao estudo dos melhores autores, entesourando diligentemente seus mais<br />

ponderados conceitos e fazendo sua própria a sabedoria dos sábios. Mesmo sob a ríspida<br />

disciplina dos mestres anteriores, cedo apresentara ele promessa de distinção; e sob<br />

influências favoráveis, seu espírito logo se desenvolveu. Memória retentiva, vívida<br />

imaginação, poderosa faculdade de raciocinar e aplicação incansável, colocaram-no logo<br />

em primeiro lugar entre seus companheiros. A disciplina intelectual amadureceu-lhe o<br />

entendimento, despertando uma atividade de espírito e agudeza de percepção que o<br />

estavam preparando para os emb<strong>ate</strong>s da vida.<br />

O temor do Senhor habitava no coração de Lutero, habilitando-o a manter sua firmeza<br />

de propósito e levando-o a profunda humildade perante Deus. Ele tinha uma constante<br />

intuição de sua dependência do auxílio divino, e não deixava de iniciar cada dia com<br />

oração, enquanto o íntimo estava continuamente a respirar uma súplica de guia e apoio.<br />

“Orar bem”, dizia ele muitas vezes, “é a melhor metade do estudo.”<br />

Enquanto um dia examinava os livros da Biblioteca da Universidade, Lutero<br />

descobriu uma Bíblia latina. Nunca dantes vira tal Livro. Ignorava mesmo sua existência.<br />

Tinha ouvido porções dos evangelhos e epístolas, que se liam ao povo no culto público, e<br />

supunha que isso fosse a Escritura toda. Agora, pela primeira vez, olhava para o todo da<br />

Palavra de Deus. Com um misto de reverência e admiração, folheava as páginas sagradas.<br />

Pulso acelerado e coração palpitante, lia por si mesmo as palavras de vida, detendo-se<br />

aqui e acolá para exclamar: “Oh! quem dera Deus me desse tal livro!” -História da<br />

Reforma do Século XVI, D’Aubigné. Anjos celestiais estavam a seu lado, e raios de luz<br />

procedentes do trono de Deus traziam-lhe à compreensão os tesouros da verdade. Sempre<br />

temera ofender a Deus, mas agora a profunda convicção de seu estado pecaminoso<br />

apoderou-se dele como nunca dantes.<br />

Um desejo ardente de se achar livre do pecado e encontrar paz com Deus, levou-o<br />

afinal a entrar para um mosteiro e dedicar-se à vida monástica. Exigiu-se-lhe,ali,efetuar<br />

os mais humildes trabalhos e mendigar de porta em porta. Estava na idade em que o<br />

respeito e a apreciação são mais avidamente desejados, e essas ocupações servis eram<br />

profundamente mortificadoras para os seus sentimentos naturais; pacientemente, porém,<br />

suportou a humilhação, crendo ser necessária por causa de seus pecados.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!