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Desde a Monarquia ate a Anarquia

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

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Da <strong>Monarquia</strong> à <strong>Anarquia</strong><br />

igreja, ocultando a obra de expiação, despojando a Cristo de Sua glória, e desviando a<br />

mente dos homens de sua única esperança de salvação -o sangue do Redentor crucificado.<br />

Wesley e seus companheiros chegaram a ver que a verdadeira religião se localiza no<br />

coração, e que a lei de Deus se estende tanto aos pensamentos como às palavras e ações.<br />

Convictos da necessidade de pureza de coração, bem como da correção da conduta<br />

exterior, buscaram com zelo levar uma nova vida. Com oração e diligentes esforços,<br />

aplicavam-se a subjugar os males do coração natural. Viviam vida de renúncia, caridade e<br />

humilhação, observando com grande rigor e exatidão todas as medidas que julgavam lhes<br />

pudessem ser de auxílio para obter o que mais desejavam -a santidade que conseguia o<br />

favor de Deus. Mas não alcançaram o objetivo que procuravam. Nulos foram seus<br />

esforços para se libertar da condenação do pecado, ou para lhe quebrar o poder. Essa foi a<br />

mesma luta que Lutero experimentara em sua cela em Erfurt. A mesma questão lhe<br />

torturara a alma -“Como se justificaria o homem para com Deus?” Jó 9:2.<br />

Os fogos da verdade divina, quase extintos sobre os altares do protestantismo,<br />

deveriam reacender-se do antigo facho legado através dos séculos pelos cristãos boêmios.<br />

Depois da Reforma, o protestantismo na Boêmia fora calcado a pés pelas hordas de<br />

Roma. Todos os que se recusavam a renunciar à verdade foram obrigados a fugir. Alguns<br />

destes, encontrando refúgio na Saxônia, ali mantiveram a antiga fé. Foi dos descendentes<br />

desses cristãos que a luz chegara a Wesley e a seus companheiros. João e Carlos Wesley,<br />

depois de serem ordenados para o ministério,foram enviados em missão à América do<br />

Norte. A bordo do navio havia um grupo de morávios. Violentas tempestades acossaramnos<br />

na travessia, e João Wesley, posto face a face com a morte, sentiu que não tinha a<br />

certeza de paz com Deus. Os alemães, ao contrário, manifestavam uma calma e confiança<br />

que lhe eram estranhas.<br />

“Muito tempo antes”, disse ele, “já eu havia observado a grande rigidez de sua<br />

conduta. De sua humildade haviam dado prova contínua, efetuando para os outros<br />

passageiros as ocupações servis que nenhum dos ingleses desempenharia; isto, sem<br />

desejarem nem receberem paga, dizendo que era bom para o seu coração orgulhoso, e que<br />

seu amante Salvador por eles fizera mais. E dia a dia manifestavam uma mansidão que<br />

nenhuma ofensa poderia abalar. Se eram empurrados, batidos ou derrubados, erguiam-se<br />

de novo e iam-se; mas nenhuma queixa lhes escapava dos lábios. Houve então uma<br />

oportunidade para provar se eram movidos pelo espírito de temor, ou de orgulho, ira e<br />

vingança. Em meio do salmo com que iniciaram seu culto, o mar enfureceu-se, reduzindo<br />

a pedaços a vela principal, cobrindo o navio e derramando-se pelos conveses como se o<br />

grande abismo já nos houvesse tragado. Terrível alarido surgiu entre os ingleses. Os<br />

alemães calmamente continuaram a cantar. Perguntei a um deles, depois: ‘Não ficastes<br />

com medo?’ Ele respondeu: ‘Graças a Deus, não!’ Perguntei: ‘Mas não ficaram com

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