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Desde a Monarquia ate a Anarquia

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

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Da <strong>Monarquia</strong> à <strong>Anarquia</strong><br />

compreendem. Os homens cerram os olhos ao verdadeiro caráter do romanismo, e aos<br />

perigos que se devem recear com a sua supremacia. O povo necessita ser despertado a<br />

fim de resistir aos avanços deste perigosíssimo inimigo da liberdade civil e religiosa.<br />

Muitos protestantes supõem que a religião católica não é atrativa, e que seu culto é um<br />

conjunto de cerimônias, fastidioso e sem sentido. Enganam-se, porém. Embora o<br />

romanismo se baseie no engano, não é impostura grosseira e desprovida de arte. O culto<br />

da Igreja Romana é um cerimonial assaz impressionante. O brilho de sua ostentação e a<br />

solenidade dos ritos fascinam os sentidos do povo, fazendo silenciar a voz da razão e da<br />

consciência. Os olhos ficam encantados. Igrejas magnificentes, imponentes procissões,<br />

altares de ouro, relicários com pedras preciosas, quadros finos e artísticas esculturas<br />

apelam para o amor do belo. O ouvido também é cativado. A música é excelente. As<br />

belas e graves notas do órgão, misturandose à melodia de muitas vozes a ressoarem pelas<br />

elevadas abóbadas e naves ornamentadas de colunas, das grandiosas c<strong>ate</strong>drais, não<br />

podem deixar de impressionar a mente com profundo respeito e reverência.<br />

Este esplendor, pompa e cerimônias exteriores, que apenas zombam dos anelos da<br />

alma ferida pelo pecado, são evidência da corrupção interna. A religião de Cristo não<br />

necessita de semelhantes atrativos para se fazer recomendável. À luz que promana da<br />

cruz, o verdadeiro cristianismo apresenta-se tão puro e adorável que decorações externas<br />

nenhumas poderão encarecer-lhe o verdadeiro valor. É a beleza da santidade, o espírito<br />

manso e quieto, que é precioso diante de Deus. O fulgor do estilo não é necessariamente<br />

índice de pensamento puro, elevado. Altas concepções de arte, delicado apuro de gosto,<br />

existem amiúde em espíritos que são terrenos e sensuais. São freqüentemente empregados<br />

por Satanás a fim de levar homens a esquecer-se das necessidades da alma, a perder de<br />

vista o futuro e a vida imortal, a desviar-se do infinito Auxiliador e a viver para este<br />

mundo unicamente.<br />

Uma religião de exibições externas é atraente ao coração não renovado. A pompa e<br />

cerimonial do culto católico têm um sedutor, fascinante poder, pelos quais são enganados<br />

muitos, que chegam a considerar a Igreja Romana como a própria porta do Céu.<br />

Ninguém, a não ser os que têm os pés firmados nos fundamentos da verdade, e o coração<br />

renovado pelo Espírito de Deus, se acha ao abrigo de sua influência. Milhares que não<br />

têm um conhecimento experimental de Cristo serão levados a aceitar as formas da<br />

piedade sem a sua eficácia. Esta é a religião que precisamente desejam as multidões.<br />

A pretensão da igreja ao direito de perdoar, leva o romanista a sentir-se com liberdade<br />

de pecar; e a ordenança da confissão, sem a qual o perdão não é conferido, tende<br />

igualmente a dar livre curso ao mal. O que se ajoelha diante de um mortal e revela em<br />

confissão os pensamentos e imaginações secretos do coração, está aviltando a sua<br />

varonilidade, degradando todo nobre instinto da alma. Desvendando os pecados de sua

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