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Desde a Monarquia ate a Anarquia

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

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Da <strong>Monarquia</strong> à <strong>Anarquia</strong><br />

faculdades. Expande a mente, aguça a percepção, amadurece o juízo. O estudo da Bíblia<br />

enobrece a todo pensamento, sentimento e aspiração, como nenhum outro estudo o pode<br />

fazer. Dá estabilidade de propósitos, paciência, coragem e fortaleza; aperfeiçoa o caráter<br />

e santifica a alma. O esquadrinhar fervoroso e reverente das Escrituras, pondo o espírito<br />

do estudante em contato direto com a mente infinita, daria ao mundo homens de intelecto<br />

mais forte e mais ativo, bem como de princípios mais nobres, do que os que já existiram<br />

como resultado do mais hábil ensino que proporciona a filosofia humana. “A exposição<br />

das Tuas palavras dá luz”, diz o salmista; “dá entendimento aos símplices.” Salmos<br />

119:130.<br />

As doutrinas ensinadas por Wycliffe continuaram durante algum tempo a espalhar-se;<br />

seus seguidores, conhecidos como wyclifitas e lolardos, não somente encheram a<br />

Ingl<strong>ate</strong>rra, mas espalharam-se em outros países, levando o conhecimento do evangelho.<br />

Agora que seu guia fora tomado dentre os vivos, os pregadores trabalhavam com zelo<br />

maior do que antes, e multidões se congregavam para ouvi-los. Alguns da nobreza e<br />

mesmo a esposa do rei se encontravam entre os conversos. Em muitos lugares houve<br />

assinalada reforma nos costumes do povo, e os símbolos do romanismo foram removidos<br />

das igrejas. Logo, porém, a impiedosa tempestade da perseguição irrompeu sobre os que<br />

haviam ousado aceitar a Escritura Sagrada como guia. Os monarcas ingleses, ávidos de<br />

aumentar seu poder mediante o apoio de Roma, não hesitaram em sacrificar os<br />

reformadores. Pela primeira vez na história da Ingl<strong>ate</strong>rra a fogueira foi decretada contra<br />

os discípulos do evangelho. Martírios sucederam a martírios. Os defensores da verdade,<br />

proscritos e torturados, podiam tão-somente elevar seus clamores ao ouvido do Senhor<br />

dos exércitos. Perseguidos como inimigos da igreja e traidores do reino, continuaram a<br />

pregar em lugares secretos, encontrando abrigo o melhor que podiam nos humildes lares<br />

dos pobres, e muitas vezes refugiando-se mesmo em brenhas e cavernas.<br />

Apesar da fúria da perseguição, durante séculos continuou a ser proferido um protesto<br />

calmo, devoto, fervoroso, paciente, contra as dominantes corrupções da fé religiosa. Os<br />

crentes daqueles primitivos tempos tinham apenas conhecimento parcial da verdade, mas<br />

haviam aprendido a amar e obedecer à Palavra de Deus, e pacientemente sofriam por sua<br />

causa. Como os discípulos dos dias apostólicos, muitos sacrificavam suas posses deste<br />

mundo pela causa de Cristo. Aqueles a quem era permitido permanecer em casa,<br />

abrigavam alegremente os irmãos banidos; e, quando eles também eram expulsos,<br />

animosamente aceitavam a sorte dos proscritos. Milhares, é verdade, <strong>ate</strong>rrorizados pela<br />

fúria dos perseguidores, compravam a liberdade com sacrifício da fé, e saíam das prisões<br />

vestidos com a roupa dos penitentes, a fim de publicar sua abjuração. Mas não foi<br />

pequeno o número -e entre estes havia homens de nascimento nobre bem como humildes<br />

e obscuros -dos que deram destemido testemunho da verdade nos cubículos dos cárceres,

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