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Desde a Monarquia ate a Anarquia

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

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Da <strong>Monarquia</strong> à <strong>Anarquia</strong><br />

Não muito tempo depois, um versado doutor católico, empenhado em controvérsia<br />

com ele, exclamou: “Seríamos melhores estando sem as leis de Deus, do que sem as do<br />

papa.” Tyndale replicou: “Desafio o papa e todas as suas leis; e, se Deus poupar minha<br />

vida, dentro em pouco farei com que um rapaz que conduz o arado saiba mais das<br />

Escrituras do que vós.” -Anais da Bíblia Inglesa, de Anderson. O propósito que começara<br />

a acalentar, de dar ao povo as Escrituras do Novo Testamento em sua própria língua,<br />

agora se confirmava, e imediatamente se aplicou à obra. Expulso de sua casa pela<br />

perseguição, foi a Londres, e ali prosseguiu por algum tempo em seus labores, sem ser<br />

incomodado. Mas de novo a violência dos romanistas o obrigou a fugir. Toda a Ingl<strong>ate</strong>rra<br />

parecia cerrar-se para ele, e resolveu procurar abrigo na Alemanha. Ali começou a<br />

imprimir o Novo Testamento em inglês. Duas vezes foi o trabalho interrompido; mas,<br />

quando se lhe proibia imprimir numa cidade, ia para outra. Finalmente tomou o caminho<br />

de Worms, onde, poucos anos antes, Lutero havia defendido o evangelho perante a Dieta.<br />

Naquela antiga cidade havia muitos amigos da Reforma, e ali Tyndale prosseguiu em sua<br />

obra, sem mais estorvos. Três mil exemplares do Novo Testamento foram logo<br />

concluídos, e seguiu-se outra edição no mesmo ano.<br />

Com grande ardor e perseverança, continuou seus labores. Apesar de terem as<br />

autoridades inglesas guardado seus portos com a mais estrita vigilância, a Palavra de<br />

Deus foi de várias maneiras secretamente levada para Londres, e ali circulou por todo o<br />

país. Os romanistas tentaram suprimir a verdade, mas em vão. O bispo de Durham, de<br />

uma vez comprou de um vendedor de livros, amigo de Tyndale, todo o seu estoque de<br />

Bíblias, com o intuito de destruí-las, supondo assim embaraçar grandemente a obra. Mas,<br />

ao contrário, com o dinheiro assim fornecido foi comprado m<strong>ate</strong>rial para uma nova e<br />

melhor edição, que, a não ser desta maneira, não poderia haver sido publicada. Quando<br />

mais tarde Tyndale foi preso, foi-lhe oferecida a liberdade sob condição de revelar os<br />

nomes dos que o haviam auxiliado a fazer as despesas para imprimir suas Bíblias.<br />

Respondeu que o bispo de Durham fizera mais do que qualquer outra pessoa, pois,<br />

pagando elevado preço pelos livros deixados em seu poder, habilitara-o a prosseguir com<br />

bom ânimo.<br />

Tyndale foi traído e entregue aos inimigos, permanecendo por muitos meses na<br />

prisão. Finalmente deu testemunho da fé, morrendo mártir; mas as armas que preparara<br />

habilitaram outros soldados a batalhar por todos os séculos, mesmo até aos nossos dias.<br />

Latimer sustentava do púlpito que a Bíblia deveria ser lida na língua do povo. O Autor da<br />

Escritura Sagrada, disse ele, “é o próprio Deus”; e esta Escritura participa do poder e da<br />

eternidade de seu Autor. “Não há rei, imperador, magistrado, ou governador ... que não<br />

tenha o dever de obedecer a ... Sua santa Palavra.” “Não tomemos quaisquer atalhos, mas<br />

dirija-nos a Palavra de Deus: não andemos segundo nossos antepassados nem busquemos

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