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Desde a Monarquia ate a Anarquia

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

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Da <strong>Monarquia</strong> à <strong>Anarquia</strong><br />

praias da Baía de Narragansett, lançou ali os fundamentos do primeiro Estado dos tempos<br />

modernos que, no mais amplo sentido, reconheceu o direito da liberdade religiosa.<br />

O princípio fundamental da colônia de Roger Williams era “que todo homem teria<br />

liberdade para adorar a Deus segundo os ditames de sua própria consciência.” -Martyn.<br />

Seu pequeno Estado -Rhode Island -tornou-se o refúgio dos oprimidos, e cresceu e<br />

prosperou até que seus princípios básicos -a liberdade civil e religiosa -se tornaram as<br />

pedras angulares da República Americana. sNo grandioso e antigo documento que<br />

aqueles homens estabeleceram como a carta de seus direitos -a Declaração de<br />

Independência -afirmavam: “Consideramos como verdade evidente que todas as pessoas<br />

foram criadas iguais; que foram dotadas por seu Criador de certos direitos inalienáveis,<br />

encontrando-se entre estes a vida, a liberdade e a busca da felicidade.” E a Constituição<br />

garante, nos termos mais explícitos, a inviolabilidade da consciência: “Nenhum requisito<br />

religioso jamais se exigirá como qualificação para qualquer cargo de confiança pública<br />

nos Estados Unidos.” “O Congresso não fará nenhuma lei que estabeleça uma religião ou<br />

proíba seu livre exercício.”<br />

“Os elaboradores da Constituição reconheceram o eterno princípio de que a relação do<br />

homem para com o seu Deus está acima de legislação humana, e de que seus direitos de<br />

consciência são inalienáveis. Não foi necessário o raciocínio para estabelecer esta<br />

verdade; temos consciência dela em nosso próprio íntimo. É essa consciência que, em<br />

desafio às leis humanas, tem sustentado tantos mártires nas torturas e nas chamas.<br />

Sentiam que seu dever para com Deus era superior às ordenanças humanas, e que<br />

nenhum homem poderia exercer autoridade sobre sua consciência. É um princípio inato<br />

que nada pode desarraigar.” -Documentos do Congresso (Estados Unidos da América do<br />

Norte).<br />

Espalhando-se pelos países da Europa a notícia de uma terra onde todo homem<br />

gozava o fruto de seu próprio trabalho, obedecendo às convicções de sua consciência,<br />

milhares se concentraram nas praias do Novo Mundo. Multiplicaram-se rapidamente as<br />

colônias. “Massachusetts, em virtude de lei especial, estendia cordiais boas-vindas e<br />

auxílio, à expensa pública, aos cristãos de qualquer nacionalidade que fugissem através<br />

do Atlântico ‘para escaparem de guerras ou fome, ou da opressão de seus perseguidores’.<br />

Assim os fugitivos e opressos pela lei se faziam hóspedes da comunidade pública.” -<br />

Martyn. Vinte anos depois do primeiro embarque de Plymouth, outros tantos milhares de<br />

peregrinos se tinham estabelecido na Nova Ingl<strong>ate</strong>rra.<br />

A fim de assegurarem o objetivo que procuravam, “contentavamse com ganhar parca<br />

subsistência, por uma vida de frugalidade e labuta. Nada pediam do solo senão o razoável<br />

produto de seu próprio labor. Nenhuma visão dourada projetava falsa luz sobre seu<br />

caminho. ... Estavam contentes com o progresso vagaroso mas firme de sua política

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