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Desde a Monarquia ate a Anarquia

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

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Da <strong>Monarquia</strong> à <strong>Anarquia</strong><br />

pais. Quando o Senhor lhes envia mais luz, recusam-se a aceitá-la porque, não havendo<br />

ela sido concedida a seus pais, não foi por estes acolhida. Não estamos colocados onde<br />

nossos pais se achavam; conseqüentemente nossos deveres e responsabilidades não são<br />

os mesmos. Não seremos aprovados por Deus olhando para o exemplo de nossos pais a<br />

fim de determinar nosso dever, em vez de pesquisar por nós mesmos a Palavra da<br />

verdade. Nossa responsabilidade é maior do que foi a de nossos antepassados. Somos<br />

responsáveis pela luz que receberam, e que nos foi entregue como herança; somos<br />

também responsáveis pela luz adicional que hoje, da Palavra de Deus, está a brilhar sobre<br />

nós.<br />

Disse Cristo acerca dos judeus incrédulos: “Se Eu não viera, nem lhes houvera falado,<br />

não teriam pecado, mas agora não têm desculpa do seu pecado.” João 15:22. O mesmo<br />

poder divino falara por intermédio de Lutero ao imperador e príncipes da Alemanha. E,<br />

ao resplandecer a luz da Palavra de Deus, Seu Espírito contendeu pela última vez com<br />

muitos naquela assembléia. Como Pilatos, séculos antes, permitira que o orgulho e a<br />

popularidade fechassem seu coração contra o Redentor do mundo; como o timorato Félix<br />

ordenou ao mensageiro da verdade: “Por agora vai-te, e em tendo oportunidade te<br />

chamarei”; como o orgulhoso Agripa confessou: “Por pouco me queres persuadir a que<br />

me faça cristão!” (Atos 24:25; 26:28) e no entanto se desviou da mensagem enviada pelo<br />

Céu -assim Carlos V, cedendo às sugestões do orgulho e política mundanos, decidiu-se a<br />

rejeitar a luz da verdade.<br />

Circularam amplamente rumores dos planos feitos contra Lutero, causando por toda a<br />

cidade grande excitação. O reformador conquistara muitos amigos que, conhecendo a<br />

traiçoeira crueldade de Roma para com todos os que ousavam expor suas corrupções,<br />

resolveram que ele não fosse sacrificado. Centenas de nobres se comprometeram a<br />

protegê-lo. Não poucos denunciaram abertamente a mensagem real como evidência de<br />

tímida submissão ao poder de Roma. Às portas das casas e em lugares públicos, foram<br />

afixados cartazes, alguns condenando e outros apoiando Lutero. Num deles estavam<br />

meramente escritas as significativas palavras do sábio: “Ai de ti, ó terra, cujo rei é<br />

criança!” Eclesiastes 10:16. O entusiasmo popular em favor de Lutero, por toda a<br />

Alemanha, convenceu tanto o imperador como a Dieta de que qualquer injustiça a ele<br />

manifesta faria perigar a paz do império e mesmo a estabilidade do trono.<br />

Frederico da Saxônia manteve uma estudada reserva, escondendo cuidadosamente<br />

seus verdadeiros sentimentos, para com o reformador, ao passo que o guardava com<br />

incansável vigilância, observando todos os seus movimentos e todos os de seus inimigos.<br />

Mas, muitos havia que não faziam tentativa para ocultar sua simpatia por Lutero. Ele era<br />

visitado por príncipes, condes, barões e outras pessoas de distinção, tanto leigas como<br />

eclesiásticas. “A salinha do doutor”, escreveu Spalatin, “não podia conter todos os<br />

visitantes que se apresentavam.” -Martyn. O povo contemplava-o como se fosse mais que

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