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Desde a Monarquia ate a Anarquia

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

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Da <strong>Monarquia</strong> à <strong>Anarquia</strong><br />

alguma de felicidade além-túmulo. O futuro era negro e tétrico. Referindo-se mais tarde<br />

aos seus sentimentos nesta época, disse ele: “O aniquilamento era um pensamento gélido<br />

e desalentador, e o fato de ter o homem de responder por seus atos significava destruição<br />

certa para todos. O céu era como bronze por sobre a minha cabeça e a terra como ferro<br />

sob os meus pés. A eternidade, que era? E a morte, por que existia? Quanto mais<br />

raciocinava, mais longe me achava da evidência. Quanto mais pensava, mais<br />

contraditórias eram as minhas conclusões. Tentei deixar de pensar, mas meus<br />

pensamentos não podiam ser dominados. Era verdadeiramente infeliz, mas não<br />

compreendia a causa. Murmurava e queixava-me, sem saber de quem. Sabia que algo<br />

havia de errado, mas não sabia como ou onde encontrar o que era reto. Lamentava, mas<br />

sem esperança.”<br />

Neste estado continuou durante alguns meses. “Subitamente”, diz ele, “gravou-se-me<br />

ao vivo no espírito o caráter de um Salvador. Pareceu-me que bem poderia existir um Ser<br />

tão bom e compassivo que por nossas transgressões fizesse expiação, livrando-nos, assim,<br />

de sofrer a pena do pecado. Compreendi desde logo quão amável esse Ente deveria ser, e<br />

imaginei poder lançar-me aos Seus braços, confiante em Sua misericórdia. Mas surgiu a<br />

questão: Como se pode provar a existência desse Ser? Afora a Bíblia, achei que não<br />

poderia obter prova da existência de semelhante Salvador, nem sequer de uma existência<br />

futura. ...<br />

“Vi que a Escritura Sagrada apresentava precisamente um Salvador como o que<br />

necessitava; e fiquei perplexo por ver como um livro não inspirado desenvolvia<br />

princípios tão perfeitamente adaptados às necessidades de um mundo decaído. Fui<br />

constrangido a admitir que as Escrituras devem ser uma revelação de Deus. Tornaram-se<br />

elas o meu deleite; e em Jesus encontrei um amigo. O Salvador tornouSe para mim o<br />

primeiro entre dez mil; e as Escrituras, que antes eram obscuras e contraditórias,<br />

tornaram-se agora a lâmpada para os meus pés e luz para meu caminho. Meu espírito<br />

tranqüilizou-se e ficou satisfeito. Achei que o Senhor Deus é uma Rocha em meio do<br />

oceano da vida. A Bíblia tornou-se então o meu estudo principal e, posso em verdade<br />

dizer, pesquisava-a com grande deleite. Vi que a metade nunca se me havia dito.<br />

Admirava-me de que me não tivesse apercebido antes, de sua beleza e glória; e<br />

maravilhava-me de que já a pudesse haver rejeitado. Tudo que o coração poderia desejar,<br />

encontrei revelado, como um remédio para toda enfermidade da alma. Perdi todo o gosto<br />

para outra leitura, e apliquei o coração a obter a sabedoria de Deus.” -Memórias de<br />

Guilherme Miller, S. Bliss.<br />

Miller professou publicamente sua fé na religião que antes desprezara. Seus<br />

companheiros incrédulos, entretanto, não tardaram em produzir todos os argumentos com<br />

que ele próprio insistira contra a autoridade divina das Escrituras. Não estava então<br />

preparado para responder a eles, mas raciocinava que, se a Bíblia é a revelação de Deus,

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