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Desde a Monarquia ate a Anarquia

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

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Da <strong>Monarquia</strong> à <strong>Anarquia</strong><br />

Contudo, prosseguia. Posto que freqüentemente repelido, voltava com incansável<br />

persistência ao ataque; e uma após outra, via vilas e cidades, que haviam sido redutos do<br />

papado, abrirem as portas ao evangelho. A pequena paróquia em que a princípio<br />

trabalhara, logo aceitou a fé reformada. As cidades de Morat e Neuch<strong>ate</strong>l também<br />

renunciaram aos ritos romanos, removendo de suas igrejas as imagens idolátricas.<br />

Farel havia muito desejara implantar as normas protestantes em Genebra. Se essa<br />

cidade pudesse ser ganha, seria um centro para a Reforma na França, na Suíça e na Itália.<br />

Com este objetivo diante de si, continuou com seus trabalhos até que foram ganhas<br />

muitas das cidades e aldeias circunjacentes. Então, com um único companheiro, entrou<br />

em Genebra. Mas foi-lhe permitido pregar apenas dois sermões. Os padres, tendo-se<br />

vãmente esforçado por conseguir sua condenação pelas autoridades civis, chamaram-no<br />

perante um concílio eclesiástico, ao qual chegaram com armas escondidas debaixo das<br />

vestes, decididos a tirar-lhe a vida. Fora do salão da assembléia reuniu-se uma populaça<br />

furiosa, com clavas e espadas, para garantir a sua morte caso conseguisse escapar do<br />

concílio. A presença dos magistrados e de uma força armada, entretanto, salvou-o. Cedo,<br />

na manhã seguinte, foi com seu companheiro conduzido através do lago para um lugar de<br />

segurança. -Assim terminou seu primeiro esforço para evangelizar Genebra.<br />

Para a próxima prova foi escolhido um instrumento mais humilde -um jovem tão<br />

modesto na aparência, que foi tratado friamente mesmo pelos professos amigos da<br />

Reforma. Mas que poderia ele fazer onde Farel havia sido rejeitado? Como poderia<br />

alguém de pouca experiência e coragem resistir à tempestade, diante da qual os mais<br />

fortes e bravos haviam sido obrigados a fugir? “Não por força nem por violência, mas<br />

pelo Meu Espírito, diz o Senhor.” Zacarias 4:6. “Deus escolheu as coisas fracas deste<br />

mundo para confundir as fortes.” “Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os<br />

homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.” 1 Coríntios 1:27, 25.<br />

Froment iniciou o seu trabalho como mestre-escola. As verdades que na escola<br />

ensinava às crianças, estas repetiam em casa. Logo os pais foram ouvir a explicação da<br />

Bíblia, até que a sala de aulas se encheu de <strong>ate</strong>ntos ouvintes. Novos Testamentos e<br />

folhetos foram livremente distribuídos, e atingiram a muitos que não ousavam ir<br />

abertamente ouvir as novas doutrinas. Depois de algum tempo este obreiro foi também<br />

obrigado a fugir; mas as verdades que ensinara tinham tomado posse do espírito das<br />

pessoas. A Reforma fora implantada, e continuou a se fortalecer e estabelecer-se. Os<br />

pregadores voltaram e, mediante seus trabalhos, o culto protestante foi finalmente<br />

estabelecido em Genebra. A cidade já se havia declarado pela Reforma, quando Calvino,<br />

depois de vagueações e vicissitudes várias, entrou por suas portas. Voltando de sua<br />

última visita à terra natal, estava a caminho de Basiléia, quando, encontrando a estrada<br />

direta ocupada pelos exércitos de Carlos V, foi obrigado a tomar um desvio por Genebra.

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