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Desde a Monarquia ate a Anarquia

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

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Da <strong>Monarquia</strong> à <strong>Anarquia</strong><br />

sentiam, tal a inundação de luz que lhes sobrevinha, que pareciam transportadas ao Céu.<br />

Punham confiantemente suas mãos na de Cristo; firmavam os pés sobre a Rocha dos<br />

séculos. Bania-se todo o temor da morte. Podiam agora ambicionar a prisão e a fogueira<br />

se desse modo honrassem o nome de seu Redentor.<br />

Em lugares ocultos era a Palavra de Deus apresentada e lida, algumas vezes a uma<br />

única alma, outras, a um pequeno grupo que anelava a luz e a verdade. Amiúde a noite<br />

toda era passada desta maneira. Tão grande era o assombro e admiração dos ouvintes que<br />

o mensageiro da misericórdia freqüentemente se via obrigado a cessar a leitura até que o<br />

entendimento pudesse apreender as boas novas da salvação. Era comum proferirem-se<br />

palavras como estas: “Aceitará Deus em verdade a minha oferta? Olhar-me-á<br />

benignamente? Perdoar-me-á Ele?” Lia-se a resposta: “Vinde a Mim, todos os que estais<br />

cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei.” M<strong>ate</strong>us 11:28.<br />

A fé se apegava à promessa, ouvia-se a alegre resposta: “Nada mais de longas<br />

peregrinações; nada de penosas jornadas aos relicários sagrados. Posso ir a Jesus tal como<br />

estou, pecador e ímpio, e Ele não desprezará a oração de arrependimento. ‘Perdoados te<br />

são os teus pecados.’ Os meus pecados, efetivamente os meus, podem ser perdoados!”<br />

Enchia o coração uma onda de sagrada alegria, e o nome deJesus era engrandecido em<br />

louvores e ações de graças. Estas almas felizes voltavam para casa a fim de difundir a luz,<br />

repetir a outros, tão bem quanto podiam, a nova experiência, de que acharam o Caminho<br />

verdadeiro e vivo. Havia um estranho e solene poder nas palavras das Escrituras, que<br />

falava diretamente ao coração dos que se achavam anelantes pela verdade. Era a voz de<br />

Deus e levava a convicção aos que ouviam.<br />

O mensageiro da verdade continuava o seu caminho; mas seu aspecto de humildade,<br />

sua sinceridade, ardor e profundo fervor, eram assuntos de observação freqüente. Em<br />

muitos casos os ouvintes não lhe perguntavam donde viera ou para onde ia. Ficavam tão<br />

dominados, a princípio pela surpresa e depois pela gratidão e alegria, que não pensavam<br />

em interrogá-lo. Quando insistiam com ele para os acompanhar a suas casas, respondialhes<br />

que devia visitar as ovelhas perdidas do rebanho. Não seria ele um anjo do Céu?<br />

indagavam. Em muitos casos não mais se via o mensageiro da verdade. Seguira para<br />

outros países, ou a vida se lhe consumia em algum calabouço desconhecido, ou talvez<br />

seus ossos estivessem alvejando no local em que testificara da verdade. Mas as palavras<br />

que deixara após si, não poderiam ser destruídas. Estavam a fazer sua obra no coração<br />

dos homens; os benditos resultados só no dia do juízo se revelarão plenamente.<br />

Os missionários valdenses estavam invadindo o reino de Satanás, e os poderes das<br />

trevas despertaram para maior vigilância. Todo esforço para avanço da verdade era<br />

observado pelo príncipe do mal, e ele excitava os temores de seus agentes. Os chefes<br />

papais viram grande perigo para a sua causa no trabalho destes humildes itinerantes. Se

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