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Desde a Monarquia ate a Anarquia

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

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Da <strong>Monarquia</strong> à <strong>Anarquia</strong><br />

eternamente a arder. Crendo, porém, ser a alma de natureza imortal, não percebem outra<br />

alternativa senão concluir que toda a humanidade se salvará, por fim. Muitos consideram<br />

as ameaças da Bíblia como sendo meramente destinadas a amedrontar os homens para a<br />

obediência, e não para se cumprirem literalmente. Assim o pecador pode viver em<br />

prazeres egoístas, des<strong>ate</strong>ndendo aos preceitos de Deus, e não obstante esperar ser, ao<br />

final, recebido em Seu favor. Esta doutrina, admitindo a misericórdia de Deus, mas<br />

passando por alto Sua justiça, agrada ao coração carnal, e torna audazes os ímpios em sua<br />

iniqüidade. A fim de mostrar como os crentes na salvação universal torcem as Escrituras<br />

para sustentarem seus dogmas destruidores de almas, basta citar suas próprias<br />

declarações. Nos funerais de um jovem irreligioso, que tivera morte instantânea em um<br />

desastre, um ministro universalista escolheu como texto a declaração das Escrituras<br />

relativa a Davi: “Já se tinha consolado acerca de Amnom, que era morto.” 2 Samuel<br />

13:39.<br />

“Sou freqüentemente interrogado”, disse o orador, “sobre qual será a sorte dos que<br />

deixam o mundo em pecado, que morrem, talvez, em estado de embriaguez, morrem sem<br />

ter lavado das manchas escarl<strong>ate</strong>s do crime as suas vestes, ou como este jovem sucumbiu,<br />

nunca tendo feito qualquer profissão ou gozado experiência religiosa. Estamos contentes<br />

com as Escrituras; sua resposta resolverá o terrível problema. Amnom era muitíssimo<br />

pecador; ele não estava arrependido, fizeram-no embriagar-se, e, estando em estado de<br />

embriaguez, foi morto. Davi era profeta de Deus; ele deveria saber se iria mal ou bem<br />

com Amnom no mundo vindouro. Quais foram as expressões de seu coração? ‘Então<br />

tinha o rei Davi saudades de Absalão, porque já se tinha consolado acerca de Amnom,<br />

que era morto.’<br />

“E qual é a inferência a fazer-se desta linguagem? Não é que o sofrimento intérmino<br />

não fazia parte de sua crença religiosa? Assim o concebemos; e aqui descobrimos um<br />

argumento triunfante em apoio da mais agradável, mais iluminada, mais benévola<br />

hipótese da pureza e paz, universal e final. Consolou-se, vendo que o filho estava morto.<br />

E por que isto? Porque, pelos olhos da profecia, podia vislumbrar o glorioso futuro, e ver<br />

aquele filho afastado para longe de toda tentação, livre do cativeiro, e purificado das<br />

corrupções do pecado, e depois de se haver tornado suficientemente santo e esclarecido,<br />

admitido na assembléia dos espíritos elevados e jubilosos. Seu único conforto era que,<br />

sendo removido do presente estado de pecado e sofrimento, seu amado filho fora para o<br />

lugar em que o mais elevado bafejo do Espírito Santo cairia sobre a sua alma<br />

entenebrecida; em que seu espírito se desdobraria à sabedoria do Céu e aos suaves<br />

transportes do amor imortal, e assim se prepararia com a natureza santificada para gozar<br />

o repouso e companhia da herança celestial.<br />

“Nesse sentido é que desejamos ser compreendidos como crentes que somos de que a<br />

salvação do Céu não depende de coisa alguma que possamos fazer nesta vida; nem da

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