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Desde a Monarquia ate a Anarquia

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

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Da <strong>Monarquia</strong> à <strong>Anarquia</strong><br />

Zwínglio permaneceu firme. Declarou que não estava para introduzir nenhum método<br />

novo, mas o antigo método empregado pela igreja nos primitivos e mais puros tempos.<br />

Já se havia despertado interesse nas verdades que ele ensinava, e o povo afluía em<br />

grande número para ouvir sua pregação. Muitos que tinham deixado de assistir ao culto<br />

havia muito tempo, achavamse entre os ouvintes. Iniciou seu ministério abrindo os<br />

evangelhos e lendo e explicando aos ouvintes a inspirada narrativa da vida, ensinos e<br />

morte de Cristo. Ali, como em Einsiedeln, apresentava a Palavra de Deus como a única<br />

autoridade infalível, e a morte de Cristo como o único sacrifício completo. “É a Cristo”,<br />

dizia ele, “que eu desejo conduzir-vos; a Cristo, a verdadeira fonte da salvação.” -<br />

D’Aubigné. Em redor do pregador acotovelava-se o povo de todas as classes, desde<br />

estadistas e eruditos, até os operários e camponeses. Com profundo interesse escutavam<br />

suas palavras. Não somente proclamava o oferecimento de uma salvação gratuita, mas<br />

destemidamente reprovava os males e corrupções dos tempos. Muitos voltavam da<br />

c<strong>ate</strong>dral louvando a Deus. “Este homem”, diziam, “é um pregador da verdade. Ele será<br />

nosso Moisés, para tirar-nos das trevas egípcias.” -D’Aubigné.<br />

Mas, conquanto a princípio seus trabalhos fossem recebidos com grande entusiasmo,<br />

depois de algum tempo surgiu a oposição. Os monges puseram-se a entravar-lhe a obra e<br />

condenar-lhe os ensinos. Muitos o assaltavam com zombarias e escárnios; outros<br />

recorriam à insolência e ameaças. Zwínglio, porém, suportou tudo com paciência,<br />

dizendo: “Se desejamos ganhar os ímpios para Jesus Cristo, devemos fechar os olhos a<br />

muitas coisas.” -D’Aubigné.<br />

Por este tempo um novo fator apareceu para promover a obra da Reforma. Um amigo<br />

da fé reformada, de Basiléia, enviou a Zurique certo Luciano com alguns dos escritos de<br />

Lutero, sugerindo que a venda desses livros poderia ser extraordinário meio para difundir<br />

a luz. “Verificai”, escreveu ele a Zwínglio, “se este homem possui prudência e habilidade<br />

suficientes; se assim for, ele que leve de cidade em cidade, de vila em vila, de aldeia em<br />

aldeia, e mesmo de casa em casa, entre suíços, as obras de Lutero, e especialmente sua<br />

exposição sobre a oração do Senhor, escrita para os leigos. Quanto mais forem<br />

conhecidas, tanto mais compradores encontrarão.” -D’Aubigné.<br />

Assim teve entrada a luz. Na ocasião em que Deus Se prepara para quebrar as algemas<br />

da ignorância e superstição, então é que Satanás opera com o máximo poder para<br />

envolver os homens em trevas e segurar seus grilhões ainda mais firmemente. Estando a<br />

surgir nos diferentes países homens a apresentar ao povo o perdão e a justificação pelo<br />

sangue de Cristo, Roma prosseguiu com renovada energia a abrir seu mercado por toda a<br />

cristandade, oferecendo por dinheiro o perdão. Todo pecado tinha seu preço, e aos<br />

homens se concedia livre permissão para o crime, contanto que o tesouro da igreja se<br />

conservasse cheio. Destarte, ambos os movimentos prosseguiram: um oferecendo o

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