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Desde a Monarquia ate a Anarquia

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

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Da <strong>Monarquia</strong> à <strong>Anarquia</strong><br />

Em sua fuga deixaram casas, bens e meios de vida. Eram estrangeiros em terra<br />

estranha, entre um povo de língua e costumes diferentes. Foram obrigados a recorrer a<br />

ocupações novas e a que não estavam afeitos, a fim de ganhar o pão. Homens de meiaidade,<br />

que haviam despendido a vida no cultivo do solo, tiveram agora de aprender<br />

ofícios mecânicos. Animadamente, porém, enfrentaram a situação, e não perderam tempo<br />

em ociosidade ou murmurações. Posto que muitas vezes premidos pela pobreza,<br />

agradeciam a Deus as bênçãos que ainda lhes eram concedidas, e encontravam alegria na<br />

tranqüila comunhão espiritual. “Sabiam que eram peregrinos, e não olhavam muito para<br />

essas coisas, mas levantavam os olhos ao Céu, seu mais caro país, e acalmavam o<br />

espírito.” -Bancroft.<br />

Em meio de exílio e agruras, cresciam o amor e a fé. Confiavam nas promessas do<br />

Senhor, e Ele não faltava com elas no tempo de necessidade. Seus anjos estavam a seu<br />

lado, para animá-los e ampará-los. E, quando a mão de Deus pareceu apontar-lhes através<br />

do mar uma terra em que poderiam fundar para si um Estado e deixar a seus filhos o<br />

precioso legado da liberdade religiosa, seguiram eles, sem se arrecear, pela senda da<br />

Providência. Deus permitira que viessem provações a Seu povo a fim de prepará-lo para<br />

o cumprimento de Seu misericordioso propósito em relação a ele. A igreja sofrera<br />

humilhações, para que pudesse ser exaltada. Deus estava a ponto de ostentar o Seu poder<br />

em favor dela, para dar ao mundo outra prova de que não abandonará os que nEle<br />

confiam. Dispusera os acontecimentos de maneira a fazer com que a ira de Satanás e as<br />

tramas de homens maus promovessem a Sua glória e levassem Seu povo a um lugar de<br />

segurança. A perseguição e o exílio estavam abrindo o caminho para a liberdade.<br />

Quando constrangidos pela primeira vez a separar-se da Igreja Anglicana, os<br />

puritanos se uniram em solene concerto, como o povo livre do Senhor, “para andarem<br />

juntos em todos os Seus caminhos, por eles conhecidos ou a serem conhecidos.” -Os Pais<br />

Peregrinos,J. Brown. Ali estava o verdadeiro espírito da Reforma, o princípio vital do<br />

protestantismo. Foi com este intuito que os peregrinos partiram da Holanda para buscar<br />

um lar no Novo Mundo. João Robinson, seu pastor, que providencialmente foi impedido<br />

de os acompanhar, em sua mensagem de despedida aos exilados, disse: “Irmãos: Em<br />

breve havemos de separar-nos, e só o Senhor sabe se viverei para que de novo veja o<br />

vosso rosto. Mas, seja qual for a divina vontade, conjuro-vos perante Deus e Seus santos<br />

anjos que não me sigais além do que eu haja seguido a Cristo. Se Deus vos revelar algo<br />

mediante qualquer outro instrumento Seu, sede tão prontos para recebê-lo como sempre<br />

fostes para acolher qualquer verdade por intermédio de meu ministério; pois estou seguro<br />

de que o Senhor tem mais verdade e luz, a irradiar de Sua Palavra.” -Martyn.<br />

“De minha parte, não posso deplorar suficientemente a condição das igrejas<br />

reformadas, que, em religião, chegaram a um período estacionário, e não irão agora mais<br />

longe do que os instrumentos de sua reforma. Os luteranos não poderão ser arrastados a ir

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