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Desde a Monarquia ate a Anarquia

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

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Da <strong>Monarquia</strong> à <strong>Anarquia</strong><br />

medo vossas mulheres e crianças?’ Respondeu brandamente: ‘Não, nossas mulheres e<br />

crianças não têm medo de morrer.’” -Vida de João Wesley, de Whitehead, pág. 10.<br />

Ao chegar a Savannah, Wesley demorou-se por um pouco de tempo com os morávios,<br />

ficando profundamente impressionado com a sua conduta cristã. Descrevendo um de seus<br />

cultos religiosos, que oferecia grande contraste com o culto formalista da igreja da<br />

Ingl<strong>ate</strong>rra, disse: “A grande simplicidade, assim como a solenidade que em tudo se<br />

notava, quase me fizeram esquecer os dezessete séculos decorridos, e imaginar-me eu<br />

numa daquelas assembléias onde não havia formas nem pompas, mas onde Paulo, o<br />

fabricante de tendas, ou Pedro, o pescador, presidiam, e contudo havia demonstração do<br />

Espírito e poder.” -Ibidem, págs. 11 e 12.<br />

Ao voltar para a Ingl<strong>ate</strong>rra, Wesley, sob a instrução de um pregador morávio, chegou<br />

a um entendimento mais claro da fé bíblica. Ficou convencido de que deveria renunciar a<br />

toda confiança em suas próprias obras para a salvação, e que lhe cumpria confiar<br />

inteiramente no “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” Em uma reunião da<br />

Sociedade Morávia de Londres, foi lida uma declaração de Lutero, descrevendo a<br />

mudança que o Espírito de Deus opera no coração do crente. Ao ouvi-la, acendeu-se a fé<br />

na alma de Wesley. “Senti o coração aquecido de maneira estranha”, disse ele. “Senti que<br />

confiava em Cristo, Cristo somente, para a salvação; e foi-me concedida certeza de que<br />

Ele tirara meus pecados, sim, os meus, e me salvara da lei do pecado e da morte.” -Vida<br />

de João Wesley, de Whitehead, pág. 52.<br />

Durante longos e sombrios anos de esforços exaustivos, anos de rigorosa renúncia,<br />

acusações e humilhações, Wesley havia-se conservado firme em seu único propósito de<br />

procurar a Deus. Encontrou-O, por fim; e achou que a graça que labutara por alcançar<br />

pelas orações e jejuns, obras de caridade e abnegação, era um dom, “sem dinheiro, e sem<br />

preço”. Uma vez estabelecido na fé cristã, ardia-lhe a alma do desejo de espalhar por toda<br />

parte o conhecimento do glorioso evangelho da livre graça de Deus. “Considero o mundo<br />

todo minha paróquia”, disse ele; “em qualquer parte em que me encontre julgo próprio,<br />

justo e de meu dever indeclinável, declarar a todos os que desejam ouvir, as alegres novas<br />

da salvação.” -Vida de João Wesley, de Whitehead, pág. 74. Continuou em sua vida<br />

austera e abnegada, agora não como base, mas como resultado da fé; não como raiz, mas<br />

como fruto da santidade. A graça de Deus em Cristo é o fundamento da esperança do<br />

cristão e essa graça se manifestará em obediência. A vida de Wesley foi dedicada à<br />

pregação das grandes verdades que recebera -justificação pela fé no sangue expiatório de<br />

Cristo e no poder renovador do Espírito Santo a operar no coração, produzindo frutos em<br />

uma vida de conformidade com o exemplo de Cristo.<br />

Whitefield e os Wesley foram preparados para a sua obra mediante longas e decididas<br />

convicções pessoais quanto à sua própria condição perdida; e, para que pudessem

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