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Desde a Monarquia ate a Anarquia

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

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Da <strong>Monarquia</strong> à <strong>Anarquia</strong><br />

Semelhante mensagem jamais foi apresentada nos séculos passados. Paulo, como<br />

vimos, não a pregou; indicara aos irmãos a vinda do Senhor num futuro então muito<br />

distante. Os reformadores não a proclamaram. Martinho Lutero admitiu o juízo para mais<br />

ou menos trezentos anos no futuro, a partir de seu tempo. <strong>Desde</strong> 1798, porém, o livro de<br />

Daniel foi descerrado, aumentou-se o conhecimento das profecias, e muitos têm<br />

proclamado a mensagem solene do juízo próximo. Como a grande reforma do século<br />

XVI, o movimento do advento apareceu simultaneamente em vários países da<br />

cristandade. Tanto na Europa como na América, homens de fé e oração foram levados a<br />

estudar as profecias e, seguindo o relatório inspirado, viram provas convincentes de que o<br />

fim de todas as coisas estava próximo. Em diferentes países houve grupos isolados de<br />

cristãos que, unicamente pelo estudo das Escrituras, creram na proximidade do advento<br />

do Salvador.<br />

Em 1821, três anos depois de Miller chegar à sua explicação das profecias que<br />

apontavam para o tempo do juízo, o Dr. José Wolff, “o missionário a todo o mundo”,<br />

começou a proclamar a próxima vinda do Senhor. Wolff nasceu na Alemanha, de filiação<br />

hebréia, sendo seu pai rabino judeu. Quando ainda muito jovem, convenceu-se da<br />

verdade da religião cristã. Dotado de espírito ativo e inquiridor, fora ávido ouvinte das<br />

conversas em casa do pai, ao congregarem-se diariamente judeus devotos para<br />

recordarem as esperanças e expectativas de seu povo, a glória do Messias vindouro e a<br />

restauração de Israel. Ouvindo, certo dia, mencionar a Jesus de Nazaré, o menino<br />

perguntou quem era Ele. “Um judeu do maior talento”, foi a resposta; “mas como<br />

pretendesse ser o Messias, o tribunal judaico O condenou à morte.” “Por que então” -<br />

volveu o que fizera a pergunta -“se acha Jerusalém destruída e por que nos encontramos<br />

em cativeiro?” “Ai de nós!” -respondeu o pai -“porque os judeus assassinaram os<br />

profetas.” Logo se insinuou na criança o pensamento: “Talvez fosse também Jesus um<br />

profeta, e os judeus O mataram sendo Ele inocente.” -Viagens e Aventuras, do Rev. José<br />

Wolff. Tão forte foi esse pensamento que, embora lhe fosse proibido entrar em qualquer<br />

igreja cristã, muitas vezes se demorava do lado de fora a escutar a pregação.<br />

Tendo apenas sete anos de idade, estava ele a jactar-se, diante de um idoso vizinho<br />

cristão, do triunfo futuro de Israel pelo advento do Messias, quando o ancião disse<br />

amavelmente: “Meu caro menino, dir-te-ei quem foi o verdadeiro Messias: Foi Jesus de<br />

Nazaré, ... a quem teus antepassados crucificaram, assim como fizeram com os profetas<br />

da antiguidade. Vai para casa e lê o Capítulo 53 de Isaías, e te convencerás de que Jesus<br />

Cristo é o Filho de Deus.” -Viagens e Aventuras, do Rev. José Wolff. A convicção<br />

prontamente se apoderou dele. Foi para casa, leu a passagem e admirou-se de ver quão<br />

perfeitamente ela se havia cumprido em Jesus de Nazaré. Seriam verdadeiras as palavras<br />

do cristão? Pediu o rapaz ao pai uma explicação da profecia, mas defrontou com um

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