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Desde a Monarquia ate a Anarquia

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

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Da <strong>Monarquia</strong> à <strong>Anarquia</strong><br />

que a doutrina protestante “instiga os homens à novidade e loucura; despoja o rei da<br />

dedicada afeição de seus súditos e devasta tanto a Igreja como o Estado.” Assim Roma<br />

conseguiu predispor a França contra a Reforma. “Foi para manter o trono, preservar os<br />

nobres e conservar as leis, que pela primeira vez se desembainhou na França a espada da<br />

perseguição.” -Wylie.<br />

Mal imaginavam os governantes do país os resultados daquela política fatal. O ensino<br />

da Escritura Sagrada teria implantado no espírito e no coração do povo os princípios de<br />

justiça, temperança, verdade, eqüidade e benevolência, que são a própria pedra basilar da<br />

prosperidade da nação. “A justiça exalta as nações.” Donde, “com justiça se estabelece o<br />

trono.” Provérbios 14:34; 16:12. “O efeito da justiça será paz, e a operação da justiça<br />

repouso e segurança, para sempre.” Isaías 32:17. O que obedece à lei divina é o que<br />

melhor respeitará e obedecerá às leis de seu país. O que teme a Deus honrará ao rei no<br />

exercício de toda a autoridade justa e legítima. Mas a desditosa França proibiu a Bíblia e<br />

condenou seus discípulos. Século após século, homens de princípios e integridade,<br />

homens de agudeza intelectual e força moral, que tinham coragem de confessar suas<br />

convicções e fé para sofrer pela verdade, sim, durante séculos esses homens labutaram<br />

como escravos nas galeras, pereceram na fogueira, ou apodreceram nas celas das<br />

masmorras. Milhares e milhares encontraram segurança na fuga; e isto continuou por<br />

duzentos e cinqüenta anos depois do início da Reforma.<br />

“Quase não houve geração de franceses, durante esse longo período, que não<br />

testemunhasse os discípulos do evangelho fugindo diante da fúria insana do perseguidor,<br />

levando consigo a inteligência, as artes, a indústria, a ordem, nas quais, em regra,<br />

grandemente se distinguiam, para o enriquecimento das terras em que encontravam asilo.<br />

E à medida que enchiam outros países com esses valiosos dons, privavam deles o seu<br />

próprio país. Se tudo que então foi repelido se houvesse conservado na França; se,<br />

durante esses trezentos anos, a habilidade industrial dos exilados tivesse estado a cultivar<br />

seu solo; se durante esses trezentos anos, seu pendor artístico tivesse estado a aperfeiçoar<br />

suas indústrias; se durante esses três séculos, seu gênio inventivo e poder analítico<br />

tivessem estado a enriquecer sua literatura e a cultivar sua ciência; se a sabedoria deles<br />

estivesse a guiar seus conselhos, a bravura a pelejar em suas batalhas e a eqüidade a<br />

formular suas leis, e estivesse a religião da Bíblia a fortalecer o intelecto e a governar a<br />

consciência de seu povo, que glória não circundaria hoje a França! Que país grandioso,<br />

próspero e feliz -modelo das nações não teria ela sido!<br />

“Mas o fanatismo cego baniu de seu solo todo ensinador da virtude, todo campeão da<br />

ordem, todo defensor honesto do trono, dizendo aos homens que teriam dado ao país<br />

‘renome e glória’ na Terra: Escolhei o que quereis: a fogueira ou o exílio. “Finalmente a<br />

ruína do Estado foi completa; não mais restavam consciências para serem proscritas; não<br />

mais religião para arrastar-se à fogueira; não mais patriotismo para ser desterrado.” -

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