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Desde a Monarquia ate a Anarquia

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

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Da <strong>Monarquia</strong> à <strong>Anarquia</strong><br />

Congregavam-se multidões sob o estandarte papal, seguras de que afinal se poria termo<br />

aos hereges hussitas. Confiante na vitória, a numerosa força entrou na Boêmia. O povo<br />

arregimentou-se para repeli-la. Os dois exércitos se aproximaram um do outro, até que<br />

apenas um rio se lhes interpunha. “Os cruzados constituíam força grandemente superior,<br />

mas em vez de se arremessarem através da torrente e travar batalha com os hussitas a<br />

quem de longe haviam vindo a comb<strong>ate</strong>r, ficaram a olhar em silêncio para aqueles<br />

guerreiros.” -Wylie. Então, subitamente, misterioso terror caiu sobre os soldados. Sem<br />

desferir um golpe, aquela poderosa força debandou e espalhou-se, como se fosse dispersa<br />

por um poder invisível. Muitos foram mortos pelo exército hussita, que perseguiu os<br />

fugitivos, e imenso despojo caiu nas mãos dos vitoriosos, de maneira que a guerra, em<br />

vez de empobrecer os boêmios, os enriqueceu.<br />

Poucos anos mais tarde, sob um novo papa, promoveu-se ainda outra cruzada. Como<br />

antes, homens e meios foram trazidos de todos os países papais da Europa. Grande foi o<br />

engodo apresentado aos que se deveriam empenhar nesta perigosa empresa. Asseguravase<br />

a cada cruzado perdão completo dos mais hediondos crimes. A todos os que<br />

morressem na guerra era prometida preciosa recompensa no Céu, e os que sobrevivessem<br />

haveriam de colher honras e riquezas no campo de batalha. De novo se reuniu um vasto<br />

exército e, atravessando a fronteira, entraram na Boêmia. As forças hussitas recuaram<br />

diante deles, arrastando assim os invasores cada vez mais longe para o interior do país, e<br />

levando-os a contar com a vitória já alcançada. Finalmente o exército de Procópio fez<br />

alto e, voltando-se para o inimigo, avançou para lhe dar batalha. Os cruzados,<br />

descobrindo então o seu erro, ficaram no acampamento esperando o assalto. Quando se<br />

ouviu o ruído da força que se aproximava, mesmo antes que os hussitas estivessem à<br />

vista, um pânico de novo caiu sobre os cruzados. Príncipes, generais e soldados rasos,<br />

arrojando as armaduras, fugiram em todas as direções. Em vão o núncio papal, que era o<br />

dirigente da invasão, se esforçou para reunir suas forças possuídas de terror e já<br />

desorganizadas. Apesar de seus enormes esforços, ele próprio foi levado na onda dos<br />

fugitivos. A derrota foi completa, e novamente um imenso despojo caiu nas mãos dos<br />

vitoriosos.<br />

Assim pela segunda vez, vasto exército, enviado pelas mais poderosas nações da<br />

Europa, uma hoste de homens bravos e aguerridos, treinados e equipados para a batalha,<br />

fugiu, sem dar um golpe, de diante dos defensores de uma nação pequena e, até ali, fraca.<br />

Havia nisso uma manifestação do poder divino. Os invasores foram tomados de pavor<br />

sobrenatural. Aquele que derrotou os exércitos de Faraó no Mar Vermelho, que pôs em<br />

fuga os exércitos de Midiã diante de Gideão e seus trezentos, que numa noite derribou as<br />

forças do orgulhoso assírio, de novo estendera a mão para debilitar o poder do opressor.<br />

“Eis que se acharam em grande temor, onde temor não havia, porque Deus espalhou os<br />

ossos daquele que te cercava; tu os confundiste, porque Deus os rejeitou.” Salmos 53:5.

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