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Desde a Monarquia ate a Anarquia

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

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Da <strong>Monarquia</strong> à <strong>Anarquia</strong><br />

nosso Juiz, bem como perante todos os homens e todas as criaturas, que nós, por nós e<br />

pelo nosso povo, não concordamos de maneira alguma com o decreto proposto, nem<br />

aderimos ao mesmo em tudo que seja contrário a Deus, à Sua santa Palavra, ao nosso<br />

direito de consciência, à salvação de nossa alma.”<br />

“Quê! Ratificarmos esse edito! Afirmaríamos que quando o Deus todo-poderoso<br />

chama um homem ao Seu conhecimento, esse homem, sem embargo, não possa receber o<br />

conhecimento de Deus?” “Não há doutrina correta além da que se conforma com a<br />

Palavra divina. ... O Senhor proíbe o ensino de qualquer outra doutrina. ... As Sagradas<br />

Escrituras devem ser explicadas por outros textos mais claros; ...este santo Livro é, em<br />

todas as coisas necessárias ao cristão, fácil de compreender e destinado a dissipar as<br />

trevas. Estamos resolvidos, com a graça de Deus, a manter a pregação pura e exclusiva de<br />

Sua santa Palavra, tal como se acha contida nos livros bíblicos do Antigo e Novo<br />

Testamentos, sem lhe acrescentar coisa alguma que lhe possa ser contrária. Esta Palavra é<br />

a única verdade; é a regra segura para toda doutrina e de toda a vida, e nunca pode falhar<br />

ou iludir-nos. Aquele que edifica sobre este fundamento resistirá a todos os poderes do<br />

inferno, ao passo que todas as vaidades humanas que se estabelecem contra ele cairão<br />

perante a face de Deus.”<br />

“Por esta razão rejeitamos o jugo que nos é imposto.” “Ao mesmo tempo estamos na<br />

expectativa de que Sua Majestade imperial procederá em relação a nós como príncipe<br />

cristão que ama a Deus sobre todas as coisas; e declaramo-nos prontos a tributar-lhe, bem<br />

como a vós, graciosos fidalgos, toda a afeição e obediência que sejam nosso dever justo e<br />

legítimo.” -D’Aubigné. Esta representação impressionou profundamente a Dieta. A<br />

maioria estava tomada de espanto e alarma ante a ousadia dos que protestavam. O futuro<br />

parecia-lhes tempestuoso e incerto. Dissensão, contenda, derramamento de sangue<br />

pareciam inevitáveis. Os reformadores, porém, certos da justiça de sua causa e confiando<br />

no braço da Onipotência, estavam “cheios de coragem e firmeza”.<br />

“Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do<br />

protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o<br />

primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da<br />

igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do<br />

magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar<br />

rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos: ‘Mais<br />

importa obedecer a Deus do que aos homens.’ Na presença da coroa de Carlos V, ele<br />

ergue a coroa de Jesus Cristo. Mas vai mais longe: firma o princípio de que todo o ensino<br />

humano deve subordinar-se aos oráculos de Deus.” -D’Aubigné. Os protestantes haviam,<br />

demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não<br />

haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus<br />

apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira

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