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Desde a Monarquia ate a Anarquia

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

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Da <strong>Monarquia</strong> à <strong>Anarquia</strong><br />

incrédulos que se congregaram nas reuniões adventistas -alguns por curiosidade, outros<br />

meramente com o fim de ridicularizar -sentiram o poder convincente que acompanhava a<br />

mensagem: “Aí vem o Esposo.”<br />

Naquele tempo houve fé que atraía resposta à oração -fé que tinha em vista a<br />

recompensa. Como aguaceiros sobre a terra sedenta, o espírito de graça descia aos que<br />

ardorosamente o buscavam. Os que esperavam em breve estar face a face com seu<br />

Redentor, sentiram uma solene e inexprimível alegria. O poder enternecedor do Espírito<br />

Santo conferiu aos fiéis rica medida de bênçãos, sensibilizando-lhes o coração.<br />

Cuidadosa e solenemente os que receberam a mensagem chegaram ao tempo em que<br />

esperavam encontrar-se com o Senhor. Sentiam como primeiro dever, cada manhã, obter<br />

a certeza de estar aceitos por Deus. De corações intimamente unidos, oravam muito uns<br />

com os outros e uns pelos outros. A fim de ter comunhão com Deus, reuniam-se muitas<br />

vezes em lugares isolados, e dos campos ou dos bosques as vozes de intercessão<br />

ascendiam ao Céu. A certeza da aprovação do Salvador era-lhes mais indispensável do<br />

que o pão cotidiano; e, se alguma nuvem lhes toldava o espírito, não descansavam<br />

enquanto não fosse dissipada. Sentindo o testemunho da graça perdoadora, almejavam<br />

contemplar Aquele que de sua alma era amado.<br />

Mas, de novo estavam destinados ao desapontamento. O tempo de expectação passou<br />

e o Salvador não apareceu. Com inabalável confiança tinham aguardado Sua vinda, e<br />

agora experimentavam o mesmo sentimento de Maria quando, indo ao túmulo do<br />

Salvador e encontrando-o vazio, exclamou em pranto: “Levaram o meu Senhor, e não sei<br />

onde O puseram.” João 20:13. Um sentimento de terror, o receio de que a mensagem<br />

pudesse ser verdadeira, servira algum tempo de restrição ao mundo incrédulo. Passado<br />

que foi o tempo, esse sentimento não desapareceu de pronto; a princípio não ousaram<br />

exultar sobre os que foram decepcionados; mas, como sinais nenhuns da ira de Deus se<br />

vissem, perderam os temores e retomaram a exprobração e o ridículo. Numerosa classe,<br />

que tinha professado crer na próxima vinda do Senhor, renunciou à fé. Alguns, que se<br />

sentiam muito confiantes, ficaram tão profundamente feridos em seu orgulho, que<br />

pareciam estar a fugir do mundo. Como outrora Jonas, queixavam-se de Deus e preferiam<br />

a morte à vida. Os que haviam baseado sua fé nas opiniões de outrem, e não na Palavra<br />

de Deus, achavam-se agora novamente prontos para mudar de idéias. Os escarnecedores<br />

ganharam para as suas fileiras os fracos e covardes, e todos estes se uniram para declarar<br />

que não mais havia motivos de receios ou expectação. O tempo havia passado, o Senhor<br />

não viera, e o mundo poderia permanecer o mesmo por milhares de anos.<br />

Os crentes fervorosos e sinceros haviam abandonado tudo por Cristo, desfrutando Sua<br />

presença como nunca dantes. Conforme acreditavam, tinham dado o último aviso ao<br />

mundo; e, esperando serem logo recebidos na companhia do divino Mestre e dos anjos<br />

celestiais, tinham-se em grande parte retirado da companhia dos que não receberam a

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