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Desde a Monarquia ate a Anarquia

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

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Da <strong>Monarquia</strong> à <strong>Anarquia</strong><br />

Capitulo 4 - Um Povo que Difunde Luz<br />

Por entre as trevas que baixaram à Terra durante o longo período da supremacia<br />

papal, a luz da verdade não poderia ficar inteiramente extinta. Em cada época houve<br />

testemunhas de Deus -homens que acalentavam fé em Cristo como único mediador entre<br />

Deus e o homem, que mantinham a Escritura Sagrada como a única regra de vida, e<br />

santificavam o verdadeiro sábado. Quanto o mundo deve a estes homens, a posteridade<br />

jamais saberá. Foram estigmatizados como hereges, impugnados os seus motivos,<br />

criticado o seu caráter, e suprimidos, difamados ou mutilados os seus escritos. No<br />

entanto, permaneceram firmes, e de século em século mantiveram a fé em sua pureza<br />

como sagrado legado às gerações vindouras.<br />

A história do povo de Deus durante os séculos de trevas que se seguiram à supremacia<br />

de Roma, está escrita no Céu, mas pouco espaço ocupa nos registros humanos. Poucos<br />

traços de sua existência se podem encontrar, a não ser nas acusações de seus<br />

perseguidores. Foi tática de Roma obliterar todo vestígio de dissidência de suas doutrinas<br />

ou decretos. Tudo que fosse herético, quer pessoas quer escritos, procurava ela destruir.<br />

Expressões de dúvida ou questões quanto à autoridade dos dogmas papais eram<br />

suficientes para tirar a vida do rico ou pobre, elevado ou humilde. Roma se esforçava<br />

também por destruir todo registro de sua crueldade para com os que discordavam dela.<br />

Os concílios papais decretavam que livros ou escritos contendo relatos desta natureza<br />

deviam ser lançados às chamas. Antes da invenção da imprensa, os livros eram pouco<br />

numerosos, e de forma desfavorável à preservação; portanto, pouco havia a impedir que<br />

os romanistas levassem a efeito o seu desígnio.<br />

Nenhuma igreja dentro dos limites da jurisdição romana ficou muito tempo sem ser<br />

perturbada no gozo da liberdade de consciência. Mal o papado obtivera poder, estendeu<br />

os braços para esmagar a todos os que se recusassem a reconhecer-lhe o domínio; e, uma<br />

após outra, submeteram-se as igrejas ao seu governo. Na Grã-Bretanha o primitivo<br />

cristianismo muito cedo deitou raízes. O evangelho, recebido pelos bretões nos primeiros<br />

séculos, não se achava então corrompido pela apostasia romana. A perseguição dos<br />

imperadores pagãos, que se estendeu mesmo até àquelas praias distantes, foi a única<br />

dádiva que a primeira igreja da Bretanha recebeu de Roma. Muitos dos cristãos, fugindo<br />

da perseguição na Ingl<strong>ate</strong>rra, encontraram refúgio na Escócia; daí a verdade foi levada à<br />

Irlanda, sendo em todos estes países recebida com alegria.<br />

Quando os saxões invadiram a Bretanha, o paganismo conseguiu predomínio. Os<br />

conquistadores desdenharam ser instruídos por seus escravos, e os cristãos foram<br />

obrigados a retirar-se para as montanhas e os pântanos. Não obstante, a luz por algum<br />

tempo oculta continuou a arder. Na Escócia, um século mais tarde, brilhou ela com um<br />

fulgor que se estendeu a mui longínquas terras. Da Irlanda vieram o piedoso Columba e

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