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Desde a Monarquia ate a Anarquia

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

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Da <strong>Monarquia</strong> à <strong>Anarquia</strong><br />

foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de<br />

todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência.<br />

A declaração tinha sido feita. Estava escrita na memória de milhares e registrada nos<br />

livros do Céu, onde nenhum esforço humano poderia apagá-la. Toda a Alemanha<br />

evangélica adotou o protesto como a expressão de sua fé. Por toda parte contemplavam<br />

os homens nesta declaração a promessa de uma era nova e melhor. Disse um dos<br />

príncipes aos protestantes de Espira: “Queira o Todo-poderoso que vos deu graça para<br />

confessá-Lo enérgica, livre e destemidamente, preservar-vos nessa firmeza cristã até ao<br />

dia da eternidade.” -D’Aubigné. Houvesse a Reforma, depois de atingir certo grau de<br />

êxito, consentido em contemporizar a fim de conseguir favor do mundo, e teria sido infiel<br />

para com Deus e para consigo mesma, além de assegurar a sua própria destruição. A<br />

experiência desses nobres reformadores contém uma lição para todas as eras<br />

subseqüentes. A maneira de agir de Satanás, contra Deus e Sua Palavra, não mudou. Ele<br />

ainda se opõe a que sejam as Escrituras adotadas como guia da vida, tanto quanto o fez<br />

no século XVI. Há em nosso tempo um vasto afastamento das doutrinas e preceitos<br />

bíblicos, e há necessidade de uma volta ao grande princípio protestante -a Bíblia, e a<br />

Bíblia só, como regra de fé e prática. Satanás ainda está a trabalhar com todos os meios<br />

de que pode dispor, a fim de destruir a liberdade religiosa. O poder anticristão que os<br />

protestantes de Espira rejeitaram, está hoje com renovado vigor procurando restabelecer<br />

sua perdida supremacia. A mesma inseparável adesão à Palavra de Deus que se<br />

manifestou na crise da Reforma, é a única esperança de reforma hoje.<br />

Apareceram então sinais de perigo para os protestantes; houve também sinais de que a<br />

mão divina estava estendida para proteger os fiéis. Foi por esse tempo que “Melâncton<br />

apressadamente conduziu pelas ruas de Espira, em direção ao Reno, seu amigo Simão<br />

Grynaeus, instando com ele a que atravessasse o rio. Grynaeus se achava espantado com<br />

tal precipitação. ‘Um ancião, de fisionomia grave e solene, mas que me era<br />

desconhecido’, disse Melâncton, ‘apareceu perante mim e disse: Dentro de um minuto,<br />

oficiais de justiça serão enviados por Fernando, a fim de prenderem Grynaeus.’” Durante<br />

o dia Grynaeus ficara escandalizado com um sermão de Faber, um dos principais<br />

doutores papais; e, no final, protestou por defender aquele “certos erros detestáveis.”<br />

“Faber dissimulou sua ira, mas imediatamente se dirigiu ao rei, de quem obteve uma<br />

ordem contra o importuno professor de Heidelberg. Melâncton não duvidou de que Deus<br />

havia salvo seu amigo, enviando um de Seus santos anjos para avisá-lo.<br />

“Imóvel à margem do Reno, esperou até que as águas daquele rio houvessem<br />

libertado Grynaeus de seus perseguidores. ‘Finalmente’, exclamou Melâncton, vendo-o<br />

do lado oposto, ‘finalmente está ele arrancado das garras cruéis daqueles que têm sede de<br />

sangue inocente.’ Ao voltar para casa, foi Melâncton informado de que oficiais, à procura<br />

de Grynaeus, a haviam remexido de alto a baixo.” -D’Aubigné. A reforma devia ser

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