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Desde a Monarquia ate a Anarquia

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

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Da <strong>Monarquia</strong> à <strong>Anarquia</strong><br />

Na presença do monarca e dos principais homens da Suécia, Olavo Petri, com grande<br />

habilidade, defendeu contra os campeões romanos as doutrinas da fé reformada. Declarou<br />

que os ensinos dos pais da igreja deviam ser recebidos apenas quando estivessem de<br />

acordo com as Escrituras; que as doutrinas essenciais da fé são apresentadas na Bíblia de<br />

maneira clara e simples, de modo que todos os homens as possam compreender. Disse<br />

Cristo: “A Minha doutrina não é Minha, mas dAquele que Me enviou” (João 7:16); e<br />

Paulo declarou que se pregasse outro evangelho a não ser aquele que recebera, seria<br />

anátema. Gálatas 1:8. Como, pois, disse o reformador, “pretenderão outros de acordo<br />

com sua vontade decretar dogmas, impondo-os como coisa necessária à salvação?” -<br />

Wylie. Demonstrou que os decretos da igreja não têm autoridade quando em oposição aos<br />

mandamentos de Deus, e insistiu no grande princípio protestante de que “a Bíblia e a<br />

Bíblia só” é a regra de fé e prática.<br />

Esta contenda, posto que travada em cenário relativamente obscuro, serve para<br />

mostrar-nos “a qualidade de homens que formavam a maior parte do exército dos<br />

reformadores. Longe de serem analfabetos, sectaristas, controversistas ruidosos -eram<br />

homens que haviam estudado a Palavra de Deus, e bem sabiam como manejar as armas<br />

com que os supria o arsenal da Escritura. Com respeito à erudição, antecipavam-se a seu<br />

tempo. Quando fixamos a <strong>ate</strong>nção em centros brilhantes como Wittenberg e Zurique, e<br />

em ilustres nomes tais como os de Lutero e Melâncton, de Zwínglio e Oecolampadius,<br />

dir-se-nos-á talvez que foram esses os dirigentes do movimento, e naturalmente<br />

deveríamos esperar neles prodigioso poder e vastas aquisições; os subordinados, porém,<br />

não eram como eles. Mas, volvamos ao obscuro teatro da Suécia, e aos humildes nomes<br />

de Olavo e Lourenço Petri -desde os mestres até aos discípulos -que encontramos? ...<br />

Eruditos e teólogos; homens que perfeitamente se assenhorearam de todo o sistema das<br />

verdades evangélicas, e que ganharam vitória fácil sobre os sofismas das escolas e dos<br />

dignitários de Roma.” -Wylie.<br />

Como resultado desta disputa, o rei da Suécia aceitou a fé protestante, e não muito<br />

tempo depois a assembléia nacional declarou-se a seu favor. O Novo Testamento fora<br />

traduzido por Olavo Petri para a língua sueca e, <strong>ate</strong>ndendo ao desejo do rei, os dois<br />

irmãos empreenderam a tradução da Bíblia inteira. Assim, pela primeira vez o povo da<br />

Suécia recebeu a Palavra de Deus em sua língua m<strong>ate</strong>rna. Foi ordenado pela Dieta que<br />

por todo o reino os pastores explicassem as Escrituras e que às crianças nas escolas se<br />

ensinasse a ler a Bíblia. Ininterrupta e seguramente as trevas da ignorância e superstição<br />

foram dissipadas pela bem-aventurada luz do evangelho. Liberta da opressão romana, a<br />

nação atingiu força e grandeza que nunca dantes havia alcançado. A Suécia tornou-se um<br />

dos baluartes do protestantismo. Um século mais tarde, em tempo de grave perigo, esta<br />

pequena e até ali fraca nação -a única na Europa que ousou prestar auxílio -foi em<br />

livramento da Alemanha nas terríveis lutas da Guerra dos Trinta Anos. Toda a Europa do

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