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Desde a Monarquia ate a Anarquia

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

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Da <strong>Monarquia</strong> à <strong>Anarquia</strong><br />

social. Suportavam pacientemente as privações do sertão, regando a árvore da liberdade<br />

com lágrimas e com o suor de seu rosto, até deitar ela profundas raízes na terra”.<br />

A Escritura Sagrada era tida como fundamento da fé, a fonte da sabedoria e a carta da<br />

liberdade. Seus princípios eram diligentemente ensinados no lar, na escola e na igreja, e<br />

seus frutos se faziam manifestos na economia, inteligência, pureza e temperança. Poderia<br />

alguém morar durante anos nas colônias dos puritanos, “e não ver um bêbado nem ouvir<br />

uma imprecação ou encontrar um mendigo.” -Bancroft. Estava demonstrado que os<br />

princípios da Bíblia constituem a mais segura salvaguarda da grandeza nacional. As<br />

fracas e isoladas colônias desenvolveram-se em confederação de poderosos Estados, e o<br />

mundo notava com admiração a paz e prosperidade de “uma igreja sem papa e um Estado<br />

sem rei”.<br />

Mas as praias da América do Norte atraíam um número de imigrantes sempre maior,<br />

em que atuavam motivos grandemente diversos dos que nortearam os primeiros<br />

peregrinos. Conquanto a fé e a pureza primitiva exercessem ampla e modeladora<br />

influência, veio a tornar-se cada vez menor ao aumentar o número dos que buscavam<br />

unicamente vantagens seculares. O regulamento adotado pelos primeiros colonos,<br />

permitindo apenas a membros da igreja votar ou ocupar cargos no governo civil, teve os<br />

mais perniciosos resultados. Esta medida fora aceita como meio para preservar a pureza<br />

do Estado, mas resultou na corrupção da igreja. Estipulando-se o professar religião como<br />

condição para o sufrágio e para o exercício de cargos públicos, muitos, influenciados<br />

apenas por motivos de conveniência mundana, uniram-se à igreja sem mudança de<br />

coração. Assim as igrejas vieram a compor-se, em considerável proporção, de pessoas<br />

não convertidas; e mesmo no ministério havia os que não somente mantinham erros de<br />

doutrinas, mas que eram ignorantes acerca do poder renovador do Espírito Santo. Assim<br />

novamente se demonstraram os maus resultados, tantas vezes testemunhados na história<br />

da igreja, desde os dias de Constantino até ao presente, de procurar edificar a igreja com<br />

o auxílio do Estado, apelando para o poder temporal em apoio do evangelho dAquele que<br />

declarou: “Meu reino não é deste mundo.” João 18:36. A união da Igreja com o Estado,<br />

não importa quão fraca possa ser, conquanto pareça levar o mundo mais perto da igreja,<br />

não leva, em realidade, senão a igreja mais perto do mundo.<br />

O grande princípio tão nobremente advogado por Robinson e Rogério Williams, de<br />

que a verdade é progressiva, de que os cristãos devem estar prontos para aceitar toda a<br />

luz que resplandecer da santa Palavra de Deus, foi perdido de vista por seus<br />

descendentes. As igrejas protestantes da América do Norte, assim como as da Europa, tão<br />

altamente favorecidas pelo recebimento das bênçãos da Reforma, deixaram de prosseguir<br />

na senda que se haviam traçado. Posto que de tempos em tempos surgissem alguns<br />

homens fiéis, a fim de proclamar novas verdades e denunciar erros longamente<br />

acariciados, a maioria, como os judeus do tempo de Cristo ou os romanistas do tempo de

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