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Desde a Monarquia ate a Anarquia

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

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Da <strong>Monarquia</strong> à <strong>Anarquia</strong><br />

Animado com o êxito, Gaussen publicou suas lições, esperando promover o estudo<br />

dos livros proféticos nas igrejas do povo de língua francesa. “Publicar a instrução dada às<br />

crianças”, diz Gaussen, “é dizer aos adultos que muitas vezes negligenciam os ditos<br />

livros sob o falso pretexto de que são obscuros -‘Como podem eles ser obscuros, se<br />

vossos filhos os compreendem?’” “Eu tinha grande desejo”, acrescenta ele, “de tornar<br />

popular, se possível, o conhecimento das profecias em nossos rebanhos.” “Estudo algum<br />

existe, na verdade, que me pareça responder melhor às necessidades do tempo.” “É por<br />

meio dele que devemos preparar-nos para a tribulação próxima, e vigiar e esperar por<br />

Jesus Cristo.”<br />

Conquanto um dos mais distintos e queridos pregadores da língua francesa, Gaussen,<br />

depois de algum tempo, foi suspenso do ministério pela falta principal de usar a Bíblia,<br />

ao dar instrução aos jovens, em vez do c<strong>ate</strong>cismo da igreja -manual fraco e racionalista,<br />

quase destituído de fé positiva. Mais tarde se tornou professor numa escola de teologia, e<br />

aos domingos continuava seu trabalho como c<strong>ate</strong>quista, falando às crianças e instruindoas<br />

nas Escrituras. Suas obras sobre as profecias despertaram também muito interesse. Da<br />

cátedra de professor, por intermédio da imprensa, e pela sua ocupação favorita como<br />

mestre de crianças continuou durante muitos anos a exercer vasta influência, sendo o<br />

instrumento a chamar a <strong>ate</strong>nção de muitos para o estudo das profecias que indicavam a<br />

próxima vinda do Senhor.<br />

Na Escandinávia, também, a mensagem do advento foi proclamada e suscitou grande<br />

interesse. Muitos despertaram do descuidoso sentimento de segurança para confessar e<br />

abandonar seus pecados, buscando perdão em Cristo. O clero da igreja do Estado, porém,<br />

opôs-se ao movimento, e por meio de sua influência alguns que pregavam a mensagem<br />

foram lançados na prisão. Em muitos lugares, onde os pregadores da próxima vinda do<br />

Senhor foram desta maneira silenciados, Deus Se serviu enviar a mensagem de um modo<br />

miraculoso, por meio de criancinhas. Como fossem menores, a lei do Estado não as<br />

poderia proibir, e foi-lhes permitido falar sem serem molestadas.<br />

O movimento ocorreu, principalmente, entre as classes mais humildes, e o povo<br />

reunia-se nas modestas moradas dos trabalhadores para ouvir a advertência. Os mesmos<br />

pregadores infantis eram na maior parte habitantes pobres de cabanas. Alguns deles não<br />

tinham mais de seis ou oito anos de idade; e, ao mesmo tempo que sua vida testificava<br />

que amavam o Salvador e procuravam viver em obediência aos santos mandamentos de<br />

Deus, manifestavam, de ordinário, apenas a habilidade e inteligência que geralmente se<br />

vêem nas crianças daquela idade. Quando se encontravam em pé diante do povo,<br />

evidenciava-se, entretanto, que eram movidos por uma influência acima dos seus dotes<br />

naturais. O tom da voz e as maneiras se transformavam, e com poder solene faziam a<br />

advertência do juízo, empregando as próprias palavras das Escrituras: “Temei a Deus, e<br />

dai-Lhe glória; porque vinda é a hora de Seu juízo.” Reprovavam os pecados do povo,

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