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Desde a Monarquia ate a Anarquia

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

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Da <strong>Monarquia</strong> à <strong>Anarquia</strong><br />

justificando Roma, por motivo de sua opinião inclemente para com ela, e rogando perdão<br />

pelo seu fanatismo. Uma numerosa classe, mesmo dentre os que consideram o<br />

romanismo sem favor, pouco perigo percebe em seu poderio e influência. Muitos<br />

insistem em que as trevas intelectuais e morais que prevaleceram durante a Idade Média<br />

favoreceram a propagação de seus dogmas, superstições e opressão, e que a inteligência<br />

maior dos tempos modernos, a difusão geral do saber e a crescente liberalidade em<br />

matéria de religião, vedam o avivamento da intolerância e tirania. O próprio pensamento<br />

de que tal estado de coisas venha a existir nesta era esclarecida, é ridicularizado. É<br />

verdade que grande luz intelectual, moral e religiosa resplandece sobre esta geração. Das<br />

páginas abertas da santa Palavra de Deus, tem-se derramado luz do Céu sobre o mundo.<br />

Mas cumpre lembrar que quanto maior a luz concedida, maiores as trevas dos que a<br />

pervertem ou rejeitam.<br />

Um estudo da Escritura Sagrada, feito com oração, mostraria aos protestantes o<br />

verdadeiro caráter do papado, e os faria aborrecêlo e evitá-lo; mas muitos são tão sábios<br />

em seu próprio conceito que não sentem necessidade de humildemente buscar a Deus<br />

para que possam ser levados à verdade. Posto que se orgulhando de sua ilustração, são<br />

ignorantes tanto sobre as Escrituras como a respeito do poder de Deus. Precisam de<br />

algum meio de acalmar a consciência; e buscam o que menos espiritual e humilhante é. O<br />

que desejam é um modo de esquecer a Deus, que passe por um modo de lembrar-se dEle.<br />

O papado está bem adaptado a satisfazer às necessidades de todos estes. Está preparado<br />

para as duas classes da humanidade, abrangendo o mundo quase todo: os que desejam<br />

salvar-se pelos próprios méritos, e os que desejam ser salvos em seus pecados. Eis aqui o<br />

segredo de seu poder.<br />

Uma época de grandes trevas intelectuais demonstrou-se favorável ao êxito do<br />

papado. Provar-se-á ainda que um tempo de grande luz intelectual é igualmente favorável<br />

a seu triunfo. Nos séculos antigos, quando os homens estavam sem a Palavra de Deus e<br />

sem conhecimento da verdade, seus olhos estavam vendados, e milhares se enredavam,<br />

não vendo a cilada que lhes era armada sob os pés. Nesta geração muitos há cujos olhos<br />

se tornam ofuscados pelo resplendor das especulações humanas -da “falsamente chamada<br />

ciência”; não percebem a rede e nela caem tão facilmente como se estivessem de olhos<br />

vendados. É o intuito de Deus que as faculdades intelectuais do homem sejam tidas na<br />

conta de um dom proveniente de seu Criador, e empregadas no serviço da verdade e da<br />

justiça; mas, quando são acariciados o orgulho e a ambição, e os homens exaltam as suas<br />

próprias teorias acima da Palavra de Deus, pode então a inteligência causar maior dano<br />

que a ignorância. Assim a falsa ciência da atualidade que mina a fé nas Escrituras<br />

Sagradas, mostrar-se-á tão bem-sucedida no preparar o caminho para a aceitação do<br />

papado com seu formalismo aprazível, como o fez a retenção do saber ao abrir o caminho<br />

para o seu engrandecimento na Idade Média.

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