21.04.2023 Views

Desde a Monarquia ate a Anarquia

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Da <strong>Monarquia</strong> à <strong>Anarquia</strong><br />

Assim escreveu ele acerca das universidades: “Receio muito que as universidades se<br />

revelem grandes portas do inferno, a menos que diligentemente trabalhem para explicar<br />

as Santas Escrituras, e gravá-las no coração dos jovens. Não aconselho ninguém a pôr seu<br />

filho onde as Escrituras não reinem supremas. Toda instituição em que os homens não se<br />

achem incessantemente ocupados com a Palavra de Deus, tem de tornar-se corrupta.” -<br />

D’Aubigné.<br />

Esse apelo circulou rapidamente por toda a Alemanha e exerceu poderosa influência<br />

sobre o povo. A nação toda foi abalada, e multidões se animaram a arregimentar-se em<br />

redor do estandarte da Reforma. Os oponentes de Lutero, ardentes no desejo de vingança,<br />

insistiam em que o papa tomasse medidas decisivas contra ele. Decretou-se que suas<br />

doutrinas fossem imediatamente condenadas. Sessenta dias foram concedidos ao<br />

reformador e a seus adeptos, findos os quais, se não abjurassem, deveriam todos ser<br />

excomungados.<br />

Foi uma crise terrível para a Reforma. Durante séculos, a sentença de excomunhão, de<br />

Roma, ferira de terror a poderosos monarcas; enchera fortes impérios de desgraça e<br />

desolação. Aqueles sobre quem caía sua condenação, eram universalmente considerados<br />

com espanto e horror; cortavam-se-lhes as relações com seus semelhantes, e eram<br />

tratados como proscritos que se deveriam perseguir até à exterminação. Lutero não tinha<br />

os olhos fechados à tempestade prestes a irromper sobre ele, mas permaneceu firme,<br />

confiando em que Cristo lhe seria apoio e escudo. Com fé e coragem de mártir escreveu:<br />

“O que está para acontecer não sei, nem cuido em sabê-lo. ... Caia onde cair o golpe, não<br />

tenho receio. Nem ao menos uma folha tomba ao solo sem a vontade de nosso Pai.<br />

Quanto mais não cuidará Ele de nós! Coisa fácil é morrer pela Palavra, visto que a<br />

própria Palavra ou o Verbo, que Se fez carne, morreu. Se morrermos com Ele, com Ele<br />

viveremos; e passando por aquilo por que Ele passou antes de nós, estaremos onde Ele<br />

está, e com Ele habitaremos para sempre.” -D’Aubigné.<br />

Quando a bula papal chegou a Lutero, disse ele: “Desprezoa e ataco-a como ímpia,<br />

falsa. ... É o próprio Cristo que nela é condenado. ... Regozijo-me por ter de suportar tais<br />

males pela melhor das causas. Sinto já maior liberdade em meu coração; pois finalmente<br />

sei que o papa é o anticristo,e que o seu trono é o do próprio Satanás.” -D’Aubigné.<br />

Todavia a ordem de Roma não foi sem efeito. A prisão, tortura e espada eram armas<br />

potentes para forçar à obediência. Os fracos e supersticiosos tremiam perante o decreto<br />

do papa; e, conquanto houvesse simpatia geral por Lutero, muitos sentiam que a vida era<br />

por demais preciosa para que fosse arriscada na causa da Reforma. Tudo parecia indicar<br />

que a obra do reformador estava a ponto de terminar.<br />

Mas Lutero ainda era destemido. Roma tinha arremessado seus anátemas contra ele, e<br />

o mundo olhava, nada duvidando de que perecesse ou fosse obrigado a render-se. Mas

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!