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Desde a Monarquia ate a Anarquia

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

Mais do que todas, uma hedionda figura tornou-se tão familiar como se existisse desde o início dos tempos, uma afiada figura de gênero feminino chamada La Guillotine. Era o tema popular dos gracejos; indicada como o melhor tratamento para dor de cabeça ou como a melhor forma de evitar cabelos brancos, imprimia uma peculiar delicadeza à compleição física, era a Navalha Nacional que proporcionava um corte de barba mais rente; aqueles que beijavam La Guillotine espiavam pela janelinha e espirravam no saco. Era o sinal da regeneração da raça humana. Suplantava a cruz. Miniaturas dela eram exibidas sobre os seios de onde o crucifixo fora descartado, era objeto de veneração e crença quando a cruz era negada. Decepou cabeças tantas que se tingiu, e ao chão que poluiu tanto, de um vermelho pútrido. Foi desmontada, como um simples brinquedo, um quebracabeça de algum demônio infante, e foi novamente montada quando a ocasião exigiu.

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Da <strong>Monarquia</strong> à <strong>Anarquia</strong><br />

infinito de Cristo. Jesus morreu como sacrifício pelo homem porque a raça caída nada<br />

pode fazer para se recomendar a Deus. Os méritos de um Salvador crucificado e<br />

ressurgido são o fundamento da fé cristã. A dependência da alma para com Cristo é tão<br />

real, e sua união com Ele deve ser tão íntima como a do membro para com o corpo, ou da<br />

vara para com a videira.<br />

Os ensinos dos papas e sacerdotes haviam levado os homens a considerar o caráter de<br />

Deus, e mesmo o de Cristo, como severo, sombrio e repelente. Representava-se o<br />

Salvador tão destituído de simpatia para com o homem em seu estado decaído, que devia<br />

ser invocada a mediação de sacerdotes e santos. Aqueles cuja mente fora iluminada pela<br />

Palavra de Deus, anelavam guiar estas almas a Jesus, como seu compassivo e amante<br />

Salvador que permanece de braços estendidos a convidar todos a irem a Ele com seu<br />

fardo de pecados, seus cuidados e fadigas. Almejavam remover os obstáculos que Satanás<br />

havia acumulado para que os homens não pudessem ver as promessas, e ir diretamente a<br />

Deus, confessando os pecados e obtendo perdão e paz.<br />

Ardorosamente desvendava o missionário valdense as preciosas verdades do<br />

evangelho ao espírito inquiridor. Citava com precaução as porções cuidadosamente<br />

copiadas da Sagrada Escritura. Era a sua máxima alegria infundir esperança à alma<br />

conscienciosa, ferida pelo pecado, e que tão-somente podia ver um Deus de vingança,<br />

esperando para executar justiça. Com lábios trêmulos e olhos lacrimosos, muitas vezes<br />

com os joelhos curvados, expunha a seus irmãos as preciosas promessas que revelam a<br />

única esperança do pecador. As- sim a luz da verdade penetrava muitas almas<br />

obscurecidas, fazendo recuar a nuvem sombria até que o Sol da Justiça resplandecesse no<br />

coração, trazendo saúde em seus raios. Dava-se amiúde o caso de alguma porção das<br />

Escrituras ser lida várias vezes, desejando o ouvinte que fosse repetida, como se quisesse<br />

assegurar-se de que tinha ouvido bem. Em especial se desejava, de maneira ávida, a<br />

repetição destas palavras: “O sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo o<br />

pecado.” 1 João 1:7. “Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o<br />

Filho do homem seja levantado; para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha<br />

a vida eterna.” João 3:14, 15.<br />

Muitos não se iludiam em relação às pretensões de Roma. Viam quão vã é a mediação<br />

de homens ou anjos em favor do pecador. Raiando-lhes na mente a verdadeira luz,<br />

exclamavam com regozijo: “Cristo é meu Sacerdote; Seu sangue é meu sacrifício; Seu<br />

altar é meu confessionário.” Confiavam-se inteiramente aos méritos de Jesus, repetindo<br />

as palavras: “Sem fé é impossível agradar-Lhe.” Hebreus 11:6. “Nenhum outro nome há,<br />

dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” Atos 4:12.<br />

A certeza do amor de um Salvador parecia, a algumas destas pobres almas agitadas<br />

pela tempestade, coisa por demais vasta para ser abrangida. Tão grande era o alívio que

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