Da Extinção dos Contratos - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...
Da Extinção dos Contratos - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...
Da Extinção dos Contratos - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
A imprensa oposicionista (O Globo, Tribuna da Imprensa,<br />
Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo) <strong>de</strong>nunciava corrupção em negócios <strong>do</strong> governo<br />
e alar<strong>de</strong>ava suposto golpe <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong>. Gregório Fortunato, chefe da<br />
segurança pessoal <strong>do</strong> presi<strong>de</strong>nte, toma as <strong>do</strong>res <strong>de</strong> Vargas e planeja o<br />
assassinato <strong>de</strong> Carlos Lacerda, <strong>do</strong>no <strong>do</strong> jornal Tribuna da Imprensa.<br />
O pistoleiro contrata<strong>do</strong> erra o alvo e acerta Rubens Vaz, major da<br />
Aeronáutica que acompanhava o jornalista. Os militares reagiram vigorosamente<br />
e instauraram inquérito. Os oposicionistas não per<strong>de</strong>ram<br />
a chance: exigiram a renúncia <strong>de</strong> Vargas. O presi<strong>de</strong>nte lavrou <strong>de</strong>poimento<br />
em que <strong>de</strong>nunciava as forças adversas aos interesses <strong>do</strong> povo;<br />
a campanha subterrânea <strong>de</strong> grupos internacionais alia<strong><strong>do</strong>s</strong> a grupos<br />
nacionais contrários: (i) às garantias <strong>do</strong> trabalho (ii) à lei <strong><strong>do</strong>s</strong> lucros<br />
extraordinários (iii) às empresas públicas como Petrobrás e Eletrobrás.<br />
Vargas encerra a carta-testamento dizen<strong>do</strong> que saía da vida para entrar<br />
na História. O suicídio <strong>de</strong> Vargas (24/08/1954) comoveu o povo<br />
e provocou greves, invasão da embaixada <strong><strong>do</strong>s</strong> EUA, empastelamento<br />
<strong>do</strong> jornal O Globo e retração <strong><strong>do</strong>s</strong> oposicionistas. O vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
Café Filho cumpriu o mandato presi<strong>de</strong>ncial restante. Na data marcada,<br />
realizaram-se as eleições (1955). Saíram vitoriosos: Juscelino Kubitschek<br />
(presi<strong>de</strong>nte) e João Goulart (vice-presi<strong>de</strong>nte). Os oposicionistas<br />
tentaram impedir a posse <strong><strong>do</strong>s</strong> eleitos alegan<strong>do</strong>: (i) nulida<strong>de</strong> <strong><strong>do</strong>s</strong> votos<br />
comunistas por estar o PCB na ilegalida<strong>de</strong> (ii) não ter si<strong>do</strong> alcançada<br />
a maioria absoluta <strong><strong>do</strong>s</strong> votos (exigência introduzida no or<strong>de</strong>namento<br />
constitucional nove anos <strong>de</strong>pois pela EC 9/64). O presi<strong>de</strong>nte Café<br />
Filho afastou-se <strong>do</strong> cargo por suposta <strong>do</strong>ença. Carlos Luz, presi<strong>de</strong>nte<br />
da Câmara <strong><strong>do</strong>s</strong> Deputa<strong><strong>do</strong>s</strong>, assumiu o governo e <strong>de</strong>mitiu o Ministro<br />
da Guerra. O general Henrique Lott reagiu com força militar, cercou<br />
bases aéreas e navais envolvidas na conspiração, ocupou prédios, jornais,<br />
emissoras <strong>de</strong> rádio, <strong>de</strong>stituiu Carlos Luz e indicou, na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />
sucessão estabelecida na Constituição, o vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Sena<strong>do</strong>,<br />
Nereu Ramos, para assumir o governo (12/11/1955). Os conspira<strong>do</strong>res,<br />
entre eles, Carlos Luz e Carlos Lacerda, se refugiaram no cruza<strong>do</strong>r<br />
Tamandaré, ancora<strong>do</strong> na Baía da Guanabara. O Congresso Nacional<br />
<strong>de</strong>cretou o esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> sítio e o impedimento <strong>de</strong> Café Filho para reassumir<br />
a presidência. Nereu Ramos governou por 2 meses e <strong>de</strong>u posse<br />
aos eleitos (31/01/1956).<br />
Revista da EMERJ, v. 11, nº 42, 2008<br />
113