Da Extinção dos Contratos - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...
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com toda plenitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas prerrogativas (...) É preferível um cidadão<br />
livre, <strong>do</strong> que um Presi<strong>de</strong>nte prisioneiro. O sentimento <strong>do</strong> candidatorenunciante<br />
permaneceu no presi<strong>de</strong>nte-renunciante. Fator objetivo da<br />
renúncia ao cargo presi<strong>de</strong>ncial: o Legislativo resistia às propostas <strong>do</strong><br />
Executivo; JQ pretendia governar com amplos po<strong>de</strong>res, ampara<strong>do</strong> na<br />
enorme votação que recebera; tal pretensão implicava reforma que<br />
adviria da ressonância <strong>do</strong> seu ato. Fator subjetivo da renúncia: acostuma<strong>do</strong><br />
à metrópole paulista, JQ não se dava bem com a solidão <strong>de</strong><br />
Brasília, que ainda lembrava um canteiro <strong>de</strong> obras. Fator aleatório da<br />
renúncia: JQ estava <strong>de</strong> porre. Os ferroviários entraram em greve. Os<br />
estudantes protestaram. A embaixada <strong><strong>do</strong>s</strong> EUA foi atacada. Eclodiu a<br />
crise institucional.<br />
João Goulart – JG, vice-presi<strong>de</strong>nte da República, em visita à<br />
China, <strong>de</strong>via assumir o governo, nos termos da Constituição. Consi<strong>de</strong>raram-no<br />
homem <strong>de</strong> esquerda, embora isto não se afinasse com o<br />
status <strong>de</strong> latifundiário no Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul. Homem rico, bem educa<strong>do</strong><br />
e cordial, estava mais para populista. Os militares brasileiros,<br />
instiga<strong><strong>do</strong>s</strong> por agentes <strong><strong>do</strong>s</strong> EUA, em tempo <strong>de</strong> guerra fria, resistiam à<br />
posse <strong>de</strong> JG na presidência da República. Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul, Santa<br />
Catarina e Paraná se uniram em favor da legalida<strong>de</strong>, cujo movimento<br />
ganhou força e apoio em to<strong>do</strong> o país. O Congresso Nacional implantou<br />
o parlamentarismo, através da EC 4/1961, a fim <strong>de</strong> apaziguar os<br />
ânimos e evitar o confronto arma<strong>do</strong>. A chefia <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> coube a JG.<br />
Ao Conselho <strong>de</strong> Ministros coube a direção da política nacional e da<br />
administração fe<strong>de</strong>ral. O parlamentarismo durou 2 anos e 3 gabinetes<br />
(Tancre<strong>do</strong> Neves, Brocha<strong>do</strong> da Rocha e Hermes Lima). A consulta à<br />
população sobre o sistema <strong>de</strong> governo, que só <strong>de</strong>veria ocorrer, na<br />
modalida<strong>de</strong> plebiscito, em maio <strong>de</strong> 1965, foi antecipada. Para contornar<br />
o óbice <strong>do</strong> prazo, o Legislativo submeteu a própria EC 4/61 à<br />
consulta popular, na modalida<strong>de</strong> referen<strong>do</strong> (LC 2/62). O povo não a<br />
referen<strong>do</strong>u. O Legislativo, então, promulgou a EC 6/63 revogan<strong>do</strong> a<br />
EC 4/61. Emenda revogar emenda é improprieda<strong>de</strong> técnica. A emenda<br />
modifica o texto constitucional. Emenda subseqüente po<strong>de</strong> modificar,<br />
substituir ou suprimir o dispositivo <strong>do</strong> texto constitucional altera<strong>do</strong><br />
pela emenda anterior.<br />
Restabeleci<strong>do</strong> o presi<strong>de</strong>ncialismo, JG assume as chefias <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong><br />
e <strong>de</strong> governo. A socieda<strong>de</strong> estava inquieta <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a renúncia <strong>de</strong> Jânio<br />
Revista da EMERJ, v. 11, nº 42, 2008<br />
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