11.06.2013 Views

Da Extinção dos Contratos - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...

Da Extinção dos Contratos - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...

Da Extinção dos Contratos - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

to — como um sistema múltiplo e plural, comprometi<strong>do</strong> com o seu<br />

resulta<strong>do</strong> prático —, qual é o papel <strong>de</strong>sempenha<strong>do</strong> pelo Direito da<br />

Informática?<br />

A propósito <strong>de</strong> tais questões, vale notar que, quan<strong>do</strong> institucionalizaram<br />

o ensino <strong>do</strong> Direito da Informática, as autorida<strong>de</strong>s comunitárias<br />

européias assinalaram que ele apresenta diferencial meto<strong>do</strong>lógico,<br />

substancial acervo normativo, e relevância social.<br />

A particularida<strong>de</strong> meto<strong>do</strong>lógica resi<strong>de</strong> no raciocínio indutivo 40 ,<br />

que, partin<strong>do</strong> da compreensão das especificida<strong>de</strong>s da Informática, as enquadra<br />

no âmbito <strong>do</strong> Direito, em contraposição ao tradicional raciocínio<br />

<strong>de</strong>dutivo, que parte <strong>de</strong> abstrações jurídicas, moldadas por um momento<br />

histórico, o da Revolução Industrial 41 , bastante diferente <strong>do</strong> atual.<br />

A produção normativa, por sua vez, é consi<strong>de</strong>rável e <strong>de</strong> crescimento<br />

exponencial, na medida em que convergem para a Informática (principalmente,<br />

para a Internet) as preocupações contemporâneas com privacida<strong>de</strong>,<br />

segurança, responsabilida<strong>de</strong> civil, proprieda<strong>de</strong> intelectual etc.<br />

A relevância social, por fim, é manifesta, pois interessa à socieda<strong>de</strong><br />

o estu<strong>do</strong> e o tratamento integra<strong><strong>do</strong>s</strong> das múltiplas facetas jurídicas<br />

<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, exploração e uso da Informática 42 , as quais hoje<br />

alcançam a to<strong><strong>do</strong>s</strong>, direta ou indiretamente.<br />

A julgar pelas constatações resumidas nos parágrafos prece<strong>de</strong>ntes,<br />

o Direito da Informática reúne, substancialmente, as condições<br />

formais e materiais requeridas para se candidatar ao reconhecimento<br />

como ramo autônomo ou como área <strong>de</strong> especialização. Entretanto,<br />

40 “Quien <strong>de</strong>see una enseñanza más práctica <strong>de</strong>l Derecho en el primero <strong>de</strong> los senti<strong><strong>do</strong>s</strong>, <strong>de</strong>bería hacer las<br />

cuentas con el Derecho <strong>de</strong> la informática, es <strong>de</strong>cir, con la reglamentación jurídica <strong>de</strong> la utilización <strong>de</strong> los<br />

or<strong>de</strong>na<strong>do</strong>res en la sociedad, lo que está generan<strong>do</strong> – mejor, ha genera<strong>do</strong> ya – una nueva rama <strong>de</strong>l Derecho<br />

positivo y una nueva <strong>do</strong>gmática jurídica (…)”. Atienza, Manuel. “Enseñanza <strong>de</strong>l Derecho y Informática Jurídica”,<br />

in “Problemas Actuales (…)”, p. 240).<br />

41 Que não se caracterizava (pelo menos, não em tal concentração) por bens imateriais, “virtuais”, por isso as<br />

antigas abstrações dificilmente po<strong>de</strong>m dar conta da tarefa hermenêutica com a mesma eficácia da obtida na<br />

aproximação por via indutiva, baseada no mun<strong>do</strong> da chamada Era da Informação. Como salienta Marco Aurélio<br />

Greco: “A conclusão que daí <strong>de</strong>corre é que há to<strong>do</strong> um conjunto <strong>de</strong> situações novas que exige um esforço <strong>de</strong><br />

to<strong><strong>do</strong>s</strong> os estudiosos <strong>do</strong> Direito, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> buscar uma disciplina que seja compatível com as características<br />

técnicas e operacionais da informática e que conduza a uma nova formação <strong>de</strong> institutos jurídicos existentes<br />

e ao nascimento <strong>de</strong> outros novos, seja quanto aos objetos das relações jurídicas, seja quanto ao seu valor ou<br />

conteú<strong>do</strong>”. (“Estabelecimento Tributário e sites na Internet”, in Lucca, Newton <strong>de</strong> e Simão Filho, Adalberto.<br />

Direito e Internet: aspectos jurídicos relevantes, Edipro, São Paulo, 2000, p. 314).<br />

42 Atienza (“Enseñanza (…)”, p. 240), em 1986, já prognosticava que: “El escasísimo <strong>de</strong>sarollo <strong>de</strong> la informática<br />

jurídica en España hace que hasta el momento la profesión <strong>de</strong> jurista informático sea casi inexistente, pero<br />

parece razonable suponer que el merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabajo requerirá, en los próximos años, un número – quizás no<br />

<strong>de</strong>masia<strong>do</strong> eleva<strong>do</strong> – <strong>de</strong> juristas con formación informática”.<br />

288 Revista da EMERJ, v. 11, nº 42, 2008

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!