Da Extinção dos Contratos - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...
Da Extinção dos Contratos - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...
Da Extinção dos Contratos - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
carece abordar aspecto possivelmente mais importante, o <strong>de</strong> sua funcionalida<strong>de</strong><br />
nos meandros <strong>do</strong> sistema jurídico, vale dizer, a forma como<br />
seus princípios atuam e se relacionam com os princípios informa<strong><strong>do</strong>s</strong><br />
pelos diversos ramos <strong>do</strong> Direito.<br />
5. APLICAçãO DO DIREITO DA INFORMÁTICA<br />
A discussão sobre a aplicação <strong>do</strong> Direito da Informática se<br />
caracteriza pela transversalida<strong>de</strong> com que ele perpassa os ramos<br />
tradicionais <strong>do</strong> Direito.<br />
A rigor, tal fenômeno não é novo, e ocorre também com<br />
outras disciplinas, como, por exemplo, o Direito Econômico. Em<br />
virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> o objeto <strong>de</strong> seu estu<strong>do</strong>, a Economia, atravessar to<strong><strong>do</strong>s</strong> os<br />
segmentos da vida em socieda<strong>de</strong> 43 , o Direito Econômico acaba por<br />
colher confluências com diversos ramos <strong>do</strong> Direito, que, cada qual<br />
à sua maneira, também se ocupam <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas dimensões <strong>do</strong><br />
convívio social.<br />
O paralelo com o Direito Econômico também ilustra os contornos<br />
da discussão sobre os limites da taxonomia tradicional <strong>do</strong><br />
Direito em face <strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>de</strong>safios que se antepõem para a sua operacionalida<strong>de</strong><br />
num mun<strong>do</strong> em que a racionalida<strong>de</strong> é garantida mais pelos<br />
conteú<strong><strong>do</strong>s</strong> materiais <strong>do</strong> que por concepções formais apriorísticas 44 .<br />
No caso, à discussão sobre se o Direito Econômico constitui ou não<br />
um ramo autônomo, ou se constitui apenas um méto<strong>do</strong>, se soma,<br />
43 “Se, por um la<strong>do</strong>, o direito interfere na constituição, no funcionamento e na reprodução das relações <strong>de</strong><br />
produção (...), é certo também, <strong>de</strong> outra parte, que a socieda<strong>de</strong> capitalista é essencialmente jurídica e nela o<br />
direito atua como mediação específica e necessária das relações <strong>de</strong> produção que lhe são próprias.” (Grau,<br />
Eros Roberto. O direito posto e o direito pressuposto, Malheiros, São Paulo, 1996, p. 38). Do mesmo autor,<br />
“Pensar Direito econômico é pensar o Direito como um nível <strong>do</strong> to<strong>do</strong> social – nível da realida<strong>de</strong>, pois – como<br />
mediação específica e necessária das relações econômicas”. (Grau, Eros Roberto. A or<strong>de</strong>m econômica na<br />
Constituição <strong>de</strong> 1988, 4ª edição, Malheiros, São Paulo, 1997, p.161).<br />
44 “El Derecho mo<strong>de</strong>rno se caracteriza – utilizan<strong>do</strong> la terminología weberiana – por su caracter racional<br />
y formal, es <strong>de</strong>cir, por su capacidad para generar previsibilidad al or<strong>de</strong>nar la conducta mediante normas<br />
generales y abstractas dictadas por órganos preestableci<strong><strong>do</strong>s</strong> por el propio Derecho, y para hacer que las<br />
<strong>de</strong>cisiones jurídicas puedan verse como el resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> procedimientos lógico-<strong>de</strong>ductivos basa<strong><strong>do</strong>s</strong> en normas<br />
y principios <strong>de</strong>l propio sistema. Ahora bien, este mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> racionalidad está, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> hace ya tiempo,<br />
amenaza<strong>do</strong> como consecuencia <strong>de</strong> la aparición <strong>de</strong> una serie <strong>de</strong> fenómenos como los siguientes: aumento<br />
creciente <strong>de</strong> las funciones <strong>de</strong>l Derecho (con el paso <strong>de</strong>l Esta<strong>do</strong> liberal al Esta<strong>do</strong> social <strong>de</strong> Derecho) y, por<br />
tanto, <strong>de</strong>l material normativo que se vuelve más cada vez más incontrolable; necesidad <strong>de</strong> producir normas<br />
cada vez más particulares y concretas para a<strong>de</strong>cuarse al ritmo <strong>de</strong> cambio acelera<strong>do</strong> que caracteriza a las<br />
socieda<strong>de</strong>s industriales avanzadas (...) Por otro la<strong>do</strong>, <strong>de</strong>be tenerse en cuenta que una cosa es señalar cuáles<br />
son las funciones <strong>de</strong> control y <strong>de</strong> cambio social que <strong>de</strong>be cumplir el Derecho (...) y otra cosa es conocer y<br />
utilizar los medios a<strong>de</strong>cua<strong><strong>do</strong>s</strong> para ello.” (Atienza, Manuel, “Enseñanza (…)”, p. 241).<br />
Revista da EMERJ, v. 11, nº 42, 2008<br />
289