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A Gramatica para Concursos - Fernando Pestana

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Casos Facultativos<br />

1) Antes de pronomes possessivos adjetivos femininos<br />

– Enviamos cartas a (à) nossa filha que está no Canadá.<br />

Obs.: Se o pronome possessivo for substantivo (ou seja, aquele que substitui um<br />

substantivo), crase obrigatória! Exemplo: Enviaram uma encomenda a (à) nossa<br />

residência, não à sua.<br />

2) Depois da considerada locução prepositiva até a<br />

Quando não houver crase, leia-se até a como preposição + artigo.<br />

– Vá até a geladeira e pegue um pedaço de torta <strong>para</strong> seus avós. (até + a)<br />

– Vá até à geladeira e pegue um pedaço de torta <strong>para</strong> seus avós. (até a + a)<br />

Obs.: Não confundir com até (= inclusive; palavra denotativa de inclusão). Em “Como dito<br />

pelo Secretário, alguns setores tendem até a definhar no Brasil”, não poderia haver<br />

crase por dois motivos: 1) não há crase antes de verbo e 2) até = inclusive. Já nesta<br />

frase a crase é obrigatória: “Foi levado ao internato, à cadeia, e (pasmem!) até à<br />

penitenciária, durante sua vida.”. Explicando: o até é uma palavra denotativa de<br />

inclusão, e a crase ocorre porque levado exige a preposição a + a penitenciária = à<br />

penitenciária.<br />

Para fechar, veja esta frase curiosa: “Queimou todo o cabelo, até a raiz.”. Pode-se entender<br />

que todo o cabelo foi queimado, inclusive a raiz ou que todo o cabelo foi queimado<br />

alcançando até um determinado limite, a raiz. Na segunda leitura, há possibilidade de crase:<br />

“Queimou todo o cabelo, até a (à) raiz.”. Disse “possibilidade”, por se tratar de um caso<br />

facultativo.<br />

3) Antes de nomes próprios femininos<br />

– A (À) Juliana tenho conseguido manter-me fiel, o que tem surpreendido a todos.<br />

Obs.: Em muitos lugares do Brasil, não se costuma usar artigo antes de nomes de pessoas.<br />

Eu moro na zona oeste do Rio de Janeiro. Perto daqui, em Niterói, os falantes não<br />

costumam usar artigo. Em sala de aula, os alunos niteroienses se referiam a mim deste<br />

jeito: “Hoje tem aula de <strong>Pestana</strong>?”. Já no RJ era assim: “Hoje tem aula do <strong>Pestana</strong>?”.<br />

Portanto, se há ou não artigo antes de nome próprio, há ou não crase. Simples assim.<br />

Adendo: os gramáticos dizem que o artigo antes do nome próprio denota intimidade,<br />

familiaridade.

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