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A Gramatica para Concursos - Fernando Pestana

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ver, ouvir, olhar, sentir (e sinônimos) seguidos de pronomes oblíquos átonos + verbos no<br />

infinitivo ou no gerúndio faz com que os oblíquos tenham função de sujeito do verbo no<br />

infinitivo ou no gerúndio:<br />

Mandaram-me entrar. (E não: Mandaram eu entrar.) / Deixe-as dormir. (E não: Deixe<br />

elas dormirem.) / Faça-nos cantar. (E não: Faça nós cantarmos.). Ficou claro? Veja mais:<br />

Viram-me sair. / Ouvi-o bater à porta./ Nós sentimo-los abraçar-nos. / Eu a vi chorando<br />

copiosamente. / Eles te viram traindo teu marido / Ela deixou-se tatuar.<br />

Tais construções equivalem a “Mandaram que eu entrasse.”, “Deixe que elas<br />

durmam.”, “Faça que nós cantemos.”, “Viram que eu saí.”, “Ouvi que ele batia à porta.”,<br />

“Nós sentimos que eles nos abraçaram.”, “Eu vi que ela chorava copiosamente.”, “Eles<br />

viram que tu traías teu marido.”, “Ela deixou que fosse tatuada.”.<br />

Esta é a visão da maioria dos estudiosos: Celso Cunha, Cegalla, Sacconi, Napoleão M. de<br />

Almeida, José Oiticica, Cândido de Oliveira, A. Gama Kury, Celso P. Luft, Sílvio Elia e a<br />

maioria dos gramáticos modernos, como Faraco & Moura, Pasquale C. Neto & U. Infante,<br />

Claudio Cezar Henriques, Maria H. M. Neves etc. apoiam as construções acima.<br />

Já, no segundo pelotão, Rocha Lima, Said Ali e Eduardo Carlos Pereira dizem que o<br />

pronome (nesses casos com verbo causativo/sensitivo + infinitivo) é objeto direto do<br />

causativo e sujeito do infinitivo ao mesmo tempo.<br />

Por fim, Evanildo Bechara (atualmente) e J. C. de Azeredo, baseando-se nos estudos de<br />

Henrique Maurer Jr., têm opinião bem particular sobre os verbos causativos e sensitivos<br />

(dizem que o pronome é objeto e que o verbo no infinitivo constitui uma oração com função<br />

de predicativo do objeto).<br />

Ah! Em tempo: Cegalla (que cita exemplo de Celso P. Luft) e Francisco Fernandes nos<br />

informam que a construção com o lhe (como sujeito) só é aceita se o verbo no infinitivo<br />

exigir um complemento direto (objeto direto): “O professor mandou-lhe calar a boca.” (ou<br />

seja, “O professor mandou que ele calasse a boca.”).<br />

Veja uma questão sobre essa polêmica toda. Note que a banca fica com a opinião da<br />

maioria, a saber, o pronome oblíquo tem função de sujeito do infinitivo:<br />

49. (FAB – AFA – Oficial – 2009) Sobre o 3 o fragmento do texto acima, é correto afirmar que o:<br />

a) pronome em destaque no sintagma “deixai-me levar” (l. 22) exerce a função sintática de sujeito da ação verbal<br />

“levar”. (Gabarito!)<br />

Comentário: Em “deixai-me levar”, o me é sujeito do infinitivo levar, e o sujeito de deixai<br />

é vós (oculto), equivalendo a “... deixai vós que eu leve...”.<br />

No entanto, veja esta questão que fica com a visão do segundo grupo:<br />

11. (Cesgranrio – DECEA – Técnico de Defesa e Controle de Tráfego Aéreo – 2009)<br />

“ ... e a fazem funcionar dentro de padrões éticos.” (L. 4-5)

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