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A Gramatica para Concursos - Fernando Pestana

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primeiramente os motivos dessa decisão.<br />

Note que o verbo dever está no plural <strong>para</strong> concordar com o sujeito “os motivos dessa<br />

decisão” (= os motivos dessa decisão devem ser avaliados). Neste caso, há locução verbal,<br />

pois o verbo auxiliar sempre concorda com o sujeito em número e pessoa. Se o verbo<br />

estivesse no singular (... deve-se avaliar...), inferiríamos que o sujeito é oracional, isto é, o<br />

sujeito é o verbo no infinitivo: “... avaliar primeiramente os motivos dessa decisão devese.”.<br />

Neste caso, não há locução verbal, há dois verbos.<br />

5) Toda provável locução verbal deve passar por determinados critérios. O mais<br />

importante critério é perceber se os verbos que formam uma provável locução têm o<br />

mesmo sujeito. Se sim, estamos mesmo diante de uma locução verbal. Não obstante,<br />

há algumas expressões verbais que podem ser analisadas como dois verbos formando<br />

duas orações; neste caso, não se trata de uma locução. De antemão, aceno que, em<br />

poucos casos, como o primeiro a seguir, a análise entre locução verbal e grupo de<br />

verbos que não formam locução é dúbia. Leia atentamente as considerações abaixo<br />

<strong>para</strong> entender.<br />

Parafraseando Bechara, nem sempre a aproximação de dois ou mais verbos constitui uma<br />

locução verbal; a intenção da pessoa que fala ou escreve é que determinará a existência da<br />

locução. “Por exemplo, na frase ‘Queríamos colher rosas.’, os verbos queríamos e colher<br />

constituirão expressão verbal se pretendo dizer que queríamos colher rosas e não outra flor,<br />

sendo rosas o objeto da declaração. Se, porém, pretendo dizer que o que nós queríamos era<br />

colher rosas e não fazer outra coisa, o objeto da declaração é colher rosas e a declaração<br />

principal se contém incompletamente em queríamos.” (José Oiticica, em Manual de Análise,<br />

202-203).<br />

Cuidado, portanto, com o verbo querer. Com ele, pode-se interpretar que há a formação de<br />

uma locução verbal ou que há dois verbos, em que o segundo é o complemento do primeiro<br />

Exemplo: Quero beber (locução verbal, uma oração) água. / Quero (um verbo, uma oração)<br />

+ beber (outro verbo, outra oração, complementando a primeira) água. Duas possíveis<br />

análises.<br />

Aparentemente este assunto é bobinho, mas quando a banca FGV, por exemplo, pede <strong>para</strong><br />

você contar quantas orações há no trecho tal, se você não souber identificar uma locução<br />

verbal, parceiro(a), vai chorar! Então, cuidado com isso! Observe agora o verbo parecer:<br />

– Eles parecem estudar bastante. (locução verbal, pois o verbo auxiliar concorda com<br />

o sujeito)<br />

– Eles parece / estudarem bastante. (não é uma locução verbal; leia-se: “Parece / que<br />

eles estudam bastante.”)<br />

Cuidado agora com as falsas locuções verbais!

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