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A Gramatica para Concursos - Fernando Pestana

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tomada como adjetivo no contexto, <strong>para</strong> que digamos que ela sofreu derivação<br />

<strong>para</strong>ssintética, é perceber seu sentido (adjetivo indica estado, característica, qualidade;<br />

verbo no particípio indica ação praticada por alguém).<br />

Analise comigo: sobre o verbo desalmar, o dicionário Aulete diz: “tornar desalmado;<br />

desumanizar, perverter: “A política do heroísmo desalmou os seus chefes”. (Rui Barbosa,<br />

Ruínas de um Governo, p. 6, 175, ed. 1931). Transpondo <strong>para</strong> a voz passiva tal frase de Rui<br />

Barbosa teríamos: “Os seus chefes foram desalmados pela política do heroísmo”. Percebe<br />

que desalmados é um verbo no particípio? Portanto não há derivação na palavra, mas sim<br />

flexão, pois ela recebeu uma desinência de particípio (desalmar + ado). Se a palavra está<br />

no particípio, então -ado é uma desinência, e não um sufixo! Particípio é flexão do verbo,<br />

não derivação. Então, quando desalmado será palavra formada por derivação<br />

<strong>para</strong>ssintética?<br />

Desalmado só é formado por derivação <strong>para</strong>ssintética como adjetivo: “Você é um homem<br />

muito desalmado!” Pronto. Agora desalmado (des + alma + ado) é um adjetivo. E -ado é um<br />

sufixo formador de adjetivo, e a palavra sofreu derivação <strong>para</strong>ssintética (desalmado é<br />

aquele que não tem alma, figurativamente falando (sem compaixão, sem empatia)). Exceto<br />

em linguagem bem erudita, como a de Rui Barbosa, tal palavra é usada normalmente como<br />

um adjetivo. Sendo assim, os gramáticos dizem que ela sofreu derivação <strong>para</strong>ssintética.<br />

Ponto.<br />

3) Sacconi diz que a palavra submarino sofreu derivação <strong>para</strong>ssintética. Entretanto, tal<br />

análise é passível de discussão séria, pois submarino vem de marino (palavra existente<br />

na língua), portanto, houve derivação prefixal. “Mas, <strong>Pestana</strong>, e se cair uma questão sobre<br />

derivação <strong>para</strong>ssintética com a palavra submarino, o que eu faço?” Você analisa todas as<br />

opções e marca a melhor resposta. Afinal, se uma banca tem respaldo gramatical <strong>para</strong><br />

não anular uma questão, não será pelos seus belos olhos que ela irá fazê-lo. E eu vou<br />

dizer mais (pasmem!)... já caiu uma questão sobre isso (que não foi anulada): FEC –<br />

LOTERJ/RJ – OPERADOR LOTÉRICO – 2010 – QUESTÃO 5. Por isso, prefiro ser<br />

detalhista a deixar meus “clientes” na mão.<br />

4) Outra informação pertinente é que palavras terminadas em -mento são erradamente<br />

analisadas como <strong>para</strong>ssintéticas por alguns professores (eu, inclusive, em início de<br />

carreira) e por algumas bancas de concurso. Nenhuma palavra da língua portuguesa<br />

terminada em -mento pode ser encarada como <strong>para</strong>ssintética, pois esse sufixo é formador<br />

de substantivos a partir de verbos, logo: alinhar + mento = alinhamento; desmatar +<br />

mento = desmatamento. Erradamente, porém, por duas vezes, a banca da EEAr (Escola<br />

de Especialistas de Aeronáutica – CFS (1/2005 – turma B) e CFC (2009),<br />

respectivamente) validou estas questões:

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