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A Gramatica para Concursos - Fernando Pestana

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parecido com o caso do verbo querer, como vimos no tópico 5. Não obstante, o gramático<br />

Bechara põe o verbo conseguir entre os verbos auxiliares, logo poderíamos interpretar<br />

conseguiu ganhar como uma locução verbal. Afinal, quem conseguiu? O analista. Quem<br />

ganhou? O analista. Isto é, ambos os verbos se referem ao mesmo sujeito. É um caso de<br />

dupla análise. Isso é um dos critérios <strong>para</strong> definirmos a locução verbal. Questão polêmica e<br />

merecedora de anulação! Veja que o gabarito pode ser a letra e) também. Com os verbos<br />

dever, poder e costumar acompanhados da partícula se apassivadora, podemos interpretar<br />

que há locução verbal ou dois verbos que não formam locução. Em deve-se provar,<br />

podemos entender que há ou não locução verbal. Como o se é apassivador, podemos<br />

entender que o sujeito do verbo dever é “provar que ... Igreja”, caso em que ele (dever) não<br />

é auxiliar e não constitui locução verbal, mas podemos entender que deve-se provar é<br />

locução verbal e o sujeito dessa locução é que o intuito do doador era. Polêmicas... Falarei<br />

mais sobre essa construção no capítulo de Concordância Verbal. Aí eu me pergunto: Por que<br />

o cara da banca formulou uma questão dessas? Que vontade de xingar um, meu Deus!<br />

6) Há uma diferença entre ter de e ter que. A construção “Você tem que estudar.” indica<br />

imposição ou necessidade, e o que é uma preposição acidental. Segundo a maioria dos<br />

gramáticos, como Manoel P. Ribeiro e Napoleão M. de Almeida, a forma culta é “Você<br />

tem de estudar.”, em que tem de estudar é uma locução verbal culta, e tem que estudar,<br />

coloquial. Quando não indica imposição ou necessidade, a expressão ter que pode ser<br />

usada, mas a análise muda: em “Tenho muito que estudar.”, o que é um pronome relativo<br />

que retoma o pronome indefinido muito. Logo, esta última construção não constitui<br />

locução verbal.<br />

7) As locuções verbais formadas por ir + ir (vou ir, vai indo...) ou vir + vir (venho vindo,<br />

vem vindo...) são próprias do registro coloquial, segundo alguns estudiosos; já outros,<br />

como Cláudio Moreno e José Maria da Costa as abonam.

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