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A Gramatica para Concursos - Fernando Pestana

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ele se contradiz, e a banca Cespe vacilou! Muita polêmica nesta questão, mas precisamos<br />

ficar atentos às próximas questões do Cespe, que, nessa situação, estabeleceu um padrão. O<br />

fato é que 99,99% dos gramáticos normativos não concordam com essa doutrina, ok?<br />

Recurso neles! Para a explicação ficar completa, a tal minoria que aceita “Vende-se casas”<br />

analisa o “se” como índice de indeterminação do sujeito e “casas” como objeto direto. O<br />

mais incrível é que uma banca já trabalhou esta visão ultrapolêmica: FGV – PC/RJ –<br />

INSPETOR – 2008 – QUESTÃO 21 (c).<br />

3) Verbo no infinitivo impessoal.<br />

– Para conquistar sua confiança, é necessário trabalhar arduamente. (= Para (alguém)<br />

conquistar sua confiança, é necessário (esse alguém) trabalhar arduamente.)<br />

Já na frase “Nós estamos destinados a passar na prova.”, apesar de o verbo não estar<br />

flexionado, ele tem pessoa, ele tem sujeito, o sujeito oculto de passar tem como referente o<br />

sujeito de estar, isto é: nós.<br />

Cuidado!!!<br />

1) Existem certos casos de sujeito indeterminado próprios do registro coloquial, quando<br />

usamos as expressões você, a gente, muita gente, todo o mundo, geral etc. como sujeito.<br />

Veja uma questão sobre isso.<br />

Fragmento de texto<br />

(...) Foi pensando nisso que me ocorreu o seguinte: se alguém está com o coração dilacerado nos dois sentidos,<br />

biológico e emocional, e por ordens médicas precisa de um novo, o paciente irá se curar da dor de amor ao<br />

receber o órgão transplantado? Façamos de conta que sim. Você entrou no hospital com o coração em<br />

frangalhos, literalmente. Além de apaixonado por alguém que não lhe dá a mínima, você está com as artérias<br />

obstruídas e os batimentos devagar quase <strong>para</strong>ndo. A vida se esvai, mas localizaram um doador compatível: já<br />

<strong>para</strong> a mesa de cirurgia. Horas depois, você acorda. Coração novo. Tum-tum, tum-tum, tum-tum. Um espetáculo.<br />

O médico lhe dá uma sobrevida de cem anos. Nada mal. Visitas entram e saem do quarto. (...)<br />

10. (Funiversa – Terracap – Administrador – 2010) Com relação ao texto, assinale a alternativa incorreta.<br />

d) O pronome “Você” é empregado na frase como forma de indeterminar o agente da ação, traço característico da<br />

oralidade brasileira. Assim, “Você entrou no hospital” corresponde a Entrou-se no hospital.<br />

Comentário: Esta opção não foi o gabarito, logo a afirmação da d) está adequada. Sobre a<br />

ideia de generalização, indeterminação, é interessante dizer que algumas gramáticas mais<br />

atentas aos fenômenos linguísticos, principalmente as descritivas, nos informam que, no<br />

registro coloquial, o pronome você pode ser usado <strong>para</strong> indeterminar o sujeito, com um viés<br />

de generalização. Imagine que você esteja conversando com alguém sobre viajar de avião,<br />

mas nem você nem a pessoa viajaram de avião. Aí você diz a ela: “Viajar de avião deve<br />

ser muito ruim, porque quando você pega um avião, você sente um mal-estar, fora o risco<br />

de você morrer, não é?”. Este você se refere a quem? Ao falante, ao ouvinte ou a todos os<br />

que pegam avião? Percebe a ideia de generalização? Essa é uma forma, coloquial, de

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