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A Gramatica para Concursos - Fernando Pestana

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Análise de um Texto<br />

Senti a necessidade de mostrar como se faz, isto é, mostrar o que se deve fazer <strong>para</strong> melhor<br />

analisar um texto, buscando sua compreensão máxima. Acompanhe!<br />

Um semi<strong>para</strong>doxo chamado reality show<br />

Como se não bastasse a teatralização manipuladora das novelas brasileiras – exibidas<br />

de segunda a sábado! –, a população brasileira passou a conviver, a partir do início de<br />

2002, com uma nova forma de nocivo controle mental que vai ao ar de segunda a<br />

segunda – durante alguns meses – com um curto intervalo entre um programa e outro: o<br />

Big Brother Brasil (BBB), um reality show globalizado. Por outro lado, o despertar<br />

do fascínio é criado pela mídia e sustentado por pessoas influentes, de discurso<br />

garboso, na sociedade, de modo que nos acabamos sabotando. E outros programas<br />

similares vêm correndo por fora.<br />

Desde então, as ruas ficam muito desertas nas noites de quinta-feira, e mais<br />

abandonadas ainda nas imperdíveis e emocionantes terças-feiras. Não podemos perder<br />

“quem vai ser o líder” ou “quem vai ao paredão”, certo? Além de tal aprisionamento<br />

em frente à TV, os espectadores ainda acreditam que podem participar deste programa,<br />

já que uma babá recebeu meio milhão de reais e, no ano seguinte, um homossexual<br />

levou <strong>para</strong> casa o dobro da quantia. Agora você pode ganhar R$1.500.000,00 (quem<br />

sabe mais, com prêmios extras ao longo do programa)! Mais do que este grande mote,<br />

há um fascínio pelo show. “O que torna o programa um sucesso se deve ao fato de que<br />

há uma necessidade inerente do homem do voyeurismo”, diz o sexólogo Carlos Motta<br />

Noblat.<br />

Não satisfeito, desde o primeiro ano, o centro de pesquisas VOX GENERALIS vem<br />

apresentando precisos números que corroboram o garantido sucesso no nosso<br />

intelectualmente atrasado país: assustadores 65% da população assistem assiduamente<br />

aos famosos “paredões”. Dá <strong>para</strong> acreditar como a cultura da futilidade é tão popular?<br />

Assim como Chacrinha era um “estouro” na audiência, nos anos 80, o novo Chacrinha<br />

ressurge com nova roupagem atraindo os olhares alheios <strong>para</strong> mulheres seminuas –<br />

quiçá nuinhas da silva! Ainda nos resta alguma dúvida de que tal reality show vai<br />

perpetuar-se ao longo de bons anos pela frente? Pasmem: há um contrato deste<br />

“câncer” só até 2014.<br />

Não obstante, quem não gosta de “dar uma espiadinha”, como diz Bial? Se o próprio Jô<br />

Soares postou no twitter (ele diz que não tem!): “BBB = desliga a TV”, é porque ele<br />

sentiu aquele comichão do homem em investigar a vida alheia. O que se deduz é que o<br />

homem se vê no lugar do outro e tem a sensação de que está sendo representado por um<br />

brother da casa. Dessa forma, a indústria do espetáculo vem recrutando os ingênuos

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