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A Gramatica para Concursos - Fernando Pestana

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1) Como os pronomes retos não exercem função de objeto direto, a frase “Pega ele, pega<br />

ele, é um ladrão!” constitui construção equivocada, devendo ser reescrita assim: “Pega-o,<br />

pega-o, é um ladrão!”. No entanto, se os pronomes retos estiverem acompanhados de<br />

todo(a/s), só (adjetivo), apenas ou numeral, permite-se que sejam postos em posição de<br />

objeto direto, segundo muitos gramáticos, como: Celso Cunha, Bechara, Faraco & Moura<br />

e Sacconi. O gramático Cegalla diz que as construções abaixo constituem “linguagem<br />

coloquial informal”. Na hora da prova, se cair uma destas frases, analise a melhor opção<br />

dentre as alternativas, levando em conta o pedido do enunciado:<br />

– O que vi da vida até agora? Vi toda ela se esvaindo diante dos meus olhos. (objeto<br />

direto)<br />

– Ajudei todos eles e ajudá-los-ia de novo, se fosse preciso. (objeto direto)<br />

– Encontramos ele só na praia, pois a namorada o abandonara. (objeto direto)<br />

– Finalmente os juízes classificaram eles dois <strong>para</strong> a última etapa do campeonato.<br />

(objeto direto)<br />

Tais construções valem <strong>para</strong> os demais pronomes retos, exceto eu e tu.<br />

2) É comum e indicado que se usem pronomes de 3 a pessoa em requerimentos por deferência<br />

à pessoa a quem nos dirigimos, de modo que nosso discurso fique em tom cortês:<br />

– <strong>Fernando</strong> <strong>Pestana</strong>, autor de A Gramática, requer a V. S. a se digne de conceder-lhe...<br />

Por outro lado, em situações normais, soa como pedantismo ou falsa modéstia falarmos de<br />

nós mesmos na 3 a pessoa, como faz Pelé e outras personalidades... O nome dele é Edson,<br />

mas quando ele se refere a si como Pelé, usa a 3 a pessoa. Edson fica desprezado, e Pelé<br />

fica prezado nesse modo de tratamento.<br />

Tal tratamento, porém, não soa pedante quando se trata de Deus falando de si mesmo na 3 a<br />

pessoa (afinal, Deus é Deus, é o Alfa e o Ômega): “Todo este povo, no meio do qual estás,<br />

verá a obra de Jeová, porque coisa temível é o que vou fazer contigo.” (Êxodo 34:10)<br />

3) O mau uso deste pronome pode causar ambiguidade: “João e Pedro eram apóstolos. Ele<br />

teve um livro que leva seu nome na Bíblia.” (???)<br />

4) A maioria dos gramáticos não tolera a contração da preposição ou locução prepositiva<br />

com o artigo ou com o pronome (reto ou não) quando exerce função de sujeito de um<br />

verbo no infinitivo:<br />

– Em virtude dela viajar, tive de reprogramar minha vida. (errado)<br />

– Em virtude de ela viajar, tive de reprogramar minha vida. (certo)<br />

No entanto, alguns gramáticos, como Evanildo Bechara, Domingos P. Cegalla, Adriano G.<br />

Kury, Sílvio Elia, Sousa da Silveira e Silveira Bueno, não invalidam a forma contraída da<br />

preposição com o pronome reto antes de verbo no infinitivo, de modo que ambas as<br />

construções acima estão acertadas. Há duas questões que caíram na Esaf trabalhando este

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