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A Gramatica para Concursos - Fernando Pestana

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Pressupostos e Subentendidos<br />

Esses dois conceitos são importantes <strong>para</strong> compreendermos bem um texto, afinal, sempre há<br />

informações “implícitas” em um texto, que podem ser propositais ou não, facilmente<br />

percebidas ou não.<br />

Pressupostos<br />

Segundo Platão e Fiorin, pressupostos “são ideias não expressas de maneira explícita, que<br />

decorrem logicamente do sentido de certas palavras ou expressões contidas na frase”.<br />

Trocando em miúdos: algumas palavras dentro da frase “carregam” informações implícitas.<br />

Observe estas duas frases e os comentários acerca delas:<br />

A população, manipulada, supõe que o país vai progredir<br />

com o novo presidente.<br />

Note que o verbo supor indica que o sujeito (A população) considera verdadeiro o conteúdo<br />

do objeto direto (o país vai progredir com o novo presidente). No entanto, podemos<br />

facilmente pressupor (informação implícita) que o autor dessa declaração não se inclui entre<br />

“A população”, ou seja, ele não supõe que o país vai progredir com o novo presidente.<br />

As pessoas que foram atendidas pelo governo por meio das “bolsas”<br />

estão satisfeitas.<br />

Note que a oração destacada é subordinada adjetiva restritiva, logo o pressuposto é que<br />

apenas algumas pessoas foram atendidas pelo governo e só elas é que estão satisfeitas, isto<br />

é, nem todas foram atendidas, logo nem todas estão satisfeitas. Se a oração fosse adjetiva<br />

explicativa, o pressuposto seria que todas as pessoas foram atendidas e, portanto, estão<br />

satisfeitas.<br />

A respeito da pressuposição, aqui vai uma “dica” importante de Rodolfo Ilari, em seu livro<br />

Introdução à semântica – Brincando com a Gramática:<br />

Diz-se que uma informação é pressuposta quando ela se mantém mesmo que neguemos a<br />

sentença que a veicula. Se alguém nos disser que o carro parou de trepidar depois que foi<br />

ao mecânico, concluímos que o carro morria antes de ir ao mecânico; se esse mesmo<br />

alguém nos disser que o carro não parou de trepidar apesar de ter ido ao mecânico, também<br />

concluiremos que o carro trepidava antes. Sempre que um certo conteúdo está presente<br />

tanto na sentença como em sua negação, dizemos que a sentença pressupõe esse conteúdo.<br />

Há milhares de elementos linguísticos que servem de marcadores de pressupostos, mas,<br />

<strong>para</strong> facilitar a sua vida no assunto, vejamos os mais frequentes, segundo Platão e Fiorin:

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