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A Gramatica para Concursos - Fernando Pestana

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su(s)-, so- posição abaixo de; inferioridade; insuficiência suster, supor<br />

* super-, sobre-,<br />

supra-, suposição<br />

superior; excesso; além de<br />

superpopulação, sobreloja, suprassumo, sobrecarga,<br />

superfície, surreal<br />

tras-,<br />

trans-,<br />

tresatravés<br />

de; posição além de; mudança<br />

transbordar, transcrever, traspassar, tresloucado,<br />

tresmalhar<br />

ultra- além de; excesso ultrapassar, ultrassensível<br />

vice-, vis-, vizo- posição abaixo de; substituição vice-reitor, visconde, vice-cônsul, vizo-rei<br />

Seria excelente se as provas trabalhassem “sempre” a análise mórfica de uma palavra sob a<br />

visão sincrônica, isto é, no estágio atual da língua. “O que você está querendo dizer com<br />

isso?” Em outras palavras: normalmente as bancas pedem que se analise uma palavra com um<br />

prefixo que já se incorporou ao radical de tal maneira que ninguém mais consegue dissociar o<br />

prefixo do radical.<br />

Por exemplo, a palavra ignorante. Você vê algum prefixo nela? Todos diremos que a<br />

palavra ignorante vem do verbo ignorar. Ponto final. Certo? É aí que está... Sincronicamente<br />

falando, ou seja, analisando a palavra do modo como ela é vista hoje, diríamos que a palavra<br />

ignorar recebeu apenas um sufixo [-(a)nte], formando a palavra ignorante. Ela não recebeu<br />

prefixo nenhum!<br />

O problema é que algumas bancas exigem de você o conhecimento diacrônico da palavra,<br />

ou seja, a história da palavra, a saber: i- (prefixo de negação) + gno (radical; de gnôsis,<br />

conhecimento, em grego) + -(a)nte (sufixo que indica ação ou estado). Ou seja, exigem de<br />

você um conhecimento que não lhe cabe saber, isto é: o-ri-gi-nal-men-te a palavra ignorante<br />

tinha prefixo de negação.<br />

“Como proceder na prova?” Marque sempre a melhor opção. Exemplo: a banca pede <strong>para</strong><br />

você marcar a palavra que tem prefixo e lhe dá estas palavras: a) etnologia, b) fonética, c)<br />

hemorragia, d) protótipo, e) ignorante. Qual você marca? Letra E, com certeza! Por quê?<br />

Porque não há sequer uma opção com prefixo, exceto a E.<br />

Agora, “na boa”, tente retirar o prefixo; a palavra vai ficar: gnorante. Existe esta palavra?<br />

Seria o gnorante aquele que tem conhecimento em com<strong>para</strong>ção ao i/gnorante, que não tem<br />

conhecimento?!?! Pelo amor de Deus! Hoje em dia, ninguém deveria fazer esta análise<br />

diacrônica, ainda mais em prova de concurso.<br />

Isso tudo serve <strong>para</strong> mostrar que devemos fazer a análise mórfica de acordo com os fatos<br />

linguísticos atuais: ignorante vem de ignorar; o antigo prefixo (i-) já não é visto como prefixo<br />

hoje em dia, pois não é possível dissociá-lo do radical, tanto que o radical é: ignor-, que<br />

forma ignorar, ignorável, ignorante, ignorância etc.<br />

Maaaaaaas, no dia da prova, fique esperto com as pegadinhas e maldades das bancas!

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