A Gramatica para Concursos - Fernando Pestana

Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Aponte o comentário adequado acerca do texto.
a) O complemento nominal “De tudo” deveria vir depois de “Antes” para não haver hipérbato, eliminando, assim, a
inversão sintática do primeiro verso.
b) Os pleonasmos usados na segunda estrofe servem para enfatizar os sentimentos do eu-lírico.
c) As expressões “angústia de quem vive” e “fim de quem ama” são introduzidas por uma expressão implícita, a saber:
“Quem sabe”, constituindo um zeugma.
d) A conjunção “mas”, que coordena orações subordinadas substantivas objetivas diretas, não cumpre o papel de realçar o
conteúdo do último verso.
e) O trecho “posto que é chama” explica metaforicamente o que é o amor para o eu-lírico.
Comentário: E) Posto que, apesar de ser uma locução conjuntiva concessiva, de acordo
com a norma culta, foi usado pelo poeta com valor causal ou explicativo. O objetivo era
comparar a não imortalidade do amor a uma chama, que, por mais quente e intensa que seja,
um dia se extingue. Lembre-se: em poemas, o autor tem licença poética, isto é, ele pode
cometer desvios gramaticais em favor de sua arte. A) Para poucos gramáticos, como Luiz A.
Sacconi e Celso P. Luft, De tudo é um complemento nominal. Para os demais gramáticos,
antes de é uma locução prepositiva e não um advérbio + preposição. Logo, De tudo não seria
um complemento nominal, para a maioria. A afirmação inicial da alternativa até procede,
segundo os dois gramáticos, mas o que torna errada a opção é o fato de a colocação na ordem
direta de De tudo não eliminar totalmente a inversão do primeiro verso. A expressão ao meu
amor está invertida. A ordem direta seria esta: “Serei atento ao meu amor antes de tudo.” B)
Só há um pleonasmo: “rir meu riso”. C) Não há elipse ou zeugma. Tais expressões são,
respectivamente, apostos explicativos de morte e solidão. D) A conjunção adversativa mas
sempre realça o conteúdo da oração que introduz. Gabarito: E.
33. A partir da frase abaixo, julgue se as afirmações estão certas ou erradas.
Todas as vezes que ele faz as vezes de diretor quer que se lhe atribuam honras a que não tem direito.
1) O artigo definido após Todas pode ser retirado, havendo prejuízo de sentido, mas não incorreção gramatical.
2) A preposição em pode ser colocada antes do primeiro que, pois a construção em que serve para retomar uma ideia
temporal.
3) O primeiro que exerce função sintática de adjunto adverbial.
4) Faltou um acento indicativo de crase na passagem faz as vezes de diretor, uma vez que se trata de uma locução de
núcleo feminino; o mesmo não se deve dar em Todas as vezes, pois o as nesse caso é só um artigo.
5) A expressão de diretor exerce função de objeto indireto, pois nesta acepção o verbo exige um complemento
preposicionado.
6) Uma vírgula logo após diretor provocaria uma incorreção gramatical.
7) O verbo querer deveria vir no plural, pois se trata de um sujeito indeterminado; a reescritura adequada é esta:Todas as
vezes que ele faz as vezes de diretor querem que se lhe atribuam honras a que não tem direito.
8) O segundo vocábulo que tem o papel de introduzir uma oração com função completiva.
9) O se exerce função indeterminadora do sujeito, pois não se dá a conhecer quem é o sujeito do verbo atribuir.
10) A justaposição dos pronomes oblíquos átonos se e lhe provoca incorreção gramatical.
11) O verbo atribuir é transitivo direto e indireto; seus complementos são lhe e honras.
12) A passagem quer que se lhe atribuam honras poderia ser assim reescrita: quer que lhe sejam atribuídas honras.
13) O nome honras exige um complemento iniciado por a, logo a que não tem direito tem função de complemento.