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A Gramatica para Concursos - Fernando Pestana

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• Na coordenada explicativa, a circunstância não precede nem gera o fato ou o ocorrido.<br />

• A confusão é gerada por causa do uso das conjunções porque, pois, que, porquanto.<br />

Exemplos clássicos:<br />

– Choveu aqui, porque a calçada está molhada. (explicativa; o fato de a calçada estar<br />

molhada não provocou a chuva, ou seja, não é a causa da chuva, mas sim a consequência)<br />

– A calçada está molhada, porque choveu. (causal; é um fato claro que a chuva provocou o<br />

molhamento da calçada)<br />

Nesses exemplos clássicos, vemos que, no primeiro período, o porque inicia uma ideia de<br />

consequência, logo a oração é explicativa. No segundo período, o porque inicia uma ideia de<br />

causa, logo a oração é causal.<br />

Por ser uma situação difícil e polêmica, explicarei com mais fluidez ainda. Existem três<br />

casos importantes a considerar. Veja:<br />

1 o caso: Se o verbo que antecede a conjunção vier no imperativo, ou indicar desejo, é certo<br />

que a oração será coordenada explicativa.<br />

– Estude, que seu futuro estará garantido!<br />

– Deus o abençoe, meu filho, porque sua generosidade não tem limite.<br />

Obs.: Em “Fugimos todos, que a maré não está <strong>para</strong> peixe.” e “Fujamos todos, que a maré<br />

não está <strong>para</strong> peixe.”, a simples mudança do modo verbal torna diferente a classificação<br />

da conjunção destacada. Na primeira frase, é causal; na segunda, explicativa.<br />

2 o caso: Se o porque (ou que, pois, porquanto) iniciar uma consequência, a oração será<br />

explicativa; se iniciar uma causa, a oração será causal.<br />

– A avenida não tinha limite de velocidade, porque o carro passou a 300 km/h.<br />

(explicativa)<br />

– O carro passou a 300 km/h porque a avenida não tinha limite de velocidade. (causal)<br />

3 o caso: Se a afirmação anterior à conjunção for uma suposição ou uma constatação por<br />

dedução, gerada por uma apuração ou comprovação, a conjunção será explicativa (este é o<br />

caso de “Choveu, porque a rua está molhada.”; ou seja, você deduz que choveu por causa de<br />

uma apuração – a rua molhada).<br />

– Ele passou por aqui, porque ainda há pouco o vi. (explicativa)<br />

– Não precisa mentir. O Leandro faltou às aulas, pois me contaram. (explicativa)<br />

Como se viu, a diferença é puramente semântica, pois sintaticamente não há distinção entre<br />

as orações causais e as explicativas iniciadas por que, porque, pois, porquanto. É certo que<br />

existem outras formas de diferenciar, mas não vou fazer do assunto um tratado ou um ensaio,

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