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A Gramatica para Concursos - Fernando Pestana

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– Um amigo médico me disse <strong>para</strong> vir aqui. (substantivo + adjetivo)<br />

– Já conheceu algum médico amigo? (substantivo + adjetivo)<br />

– O italiano fumante perdeu a vida. (substantivo + adjetivo)<br />

– O fumante italiano perdeu a vida. (substantivo + adjetivo)<br />

– O inventor brasileiro criou o avião. (substantivo + adjetivo)<br />

– O brasileiro inventor criou o avião. (substantivo + adjetivo)<br />

– “Não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor”. (substantivo +<br />

adjetivo)<br />

– Ele era um preso político, hoje é um político preso. (substantivo + adjetivo)<br />

Bechara e Celso Cunha dizem que a interpretação mais natural é encarar as estruturas em<br />

que se confundem substantivos com adjetivos assim: substantivo + adjetivo. Tais estruturas<br />

ainda permitem esta reescritura (pegarei a primeira frase como exemplo): “Um amigo que é<br />

médico me disse <strong>para</strong> vir aqui. / Já conheceu algum médico que é amigo?”. Se conseguir<br />

fazer isso, maravilha! Descobrirá a pólvora... ou melhor... o adjetivo.<br />

No entanto, há alguns casos polêmicos... o que não é nenhuma novidade. Em “sábio<br />

indiano”, não sabemos se se trata de um sábio (subst.) que é um indiano (adj.) ou um indiano<br />

(subst.) que é sábio (adj.). Há outros exemplos, como “velho careca, jovem repórter, pobre<br />

cego” etc. Nesses casos, reitero o que nos dizem Bechara e Celso: analise como substantivo<br />

+ adjetivo, a não ser que o contexto exija interpretação diferente. Ok?<br />

Obs.: Vale dizer ainda que a maioria dos adjetivos antepostos ao substantivo, senão todos,<br />

como pudemos ver nos exemplos acima, têm valor subjetivo, normalmente<br />

modalizadores. Podemos dizer que eles têm um valor que beira muitas vezes a<br />

conotação. Os que vêm pospostos têm normalmente valor objetivo, denotativo; são<br />

frequentemente descritivos.<br />

2) O adjetivo pode expressar um ponto de vista, um juízo de valor*, uma avaliação por parte<br />

do locutor do texto. Isso é modalização. Nesse sentido, note que, se o adjetivo é<br />

modalizador, exprime uma opinião, logo pode ser refutado. Por exemplo, se eu digo: “Este<br />

programa é ótimo.”, o adjetivo ótimo exprime meu julgamento; não se trata de uma verdade<br />

absoluta, logo você poderia contra-argumentar: “Ah, eu não concordo, acho horrível!”.<br />

Neste caso, horrível também seria um adjetivo modalizador. Perceba que estamos no plano<br />

da argumentação, logo os adjetivos usados serão fatalmente modalizadores. Leia este texto<br />

e note os adjetivos modalizadores:<br />

Como se não bastasse a teatralização manipuladora das novelas globais – exibidas de<br />

segunda a sábado –, a população brasileira passou a conviver, a partir do início de 2002,

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