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Diversos autores
espírito. As duas noções se confundem para que a fome como fábula
possa agir e interferir na fome-real. Romãozinho (um dos demônios
da fome) se apossa da cena da desnutrição, e o sentido físico de fome
abraça outro idioma, ou seja, uma elaboração global da significação da
fome e não somente uma desnutrição da criança.
Dessa imanência, a fome é tematizada no medo de passar fome.
Uma semântica que se interpõe ao sujeito para lhe exigir o envolvimento
em muitas direções. E sobre isso, a entrada de alguns moradores
no comércio de drogas, funciona como uma fuga da fome, ainda
que esta entidade continue convivendo com eles. O medo da fome
está no medo concreto do viver, com o desemprego e a baixa condição
econômica, situação que intimida o sujeito ao confronto de seus
sentidos. Assim, o faminto do bairro, em Salvador, Bahia, Brasil, vive sua
realidade, não se afasta do esperado, nem estranha sua fome.
Não tem como fugir «dela» (a fome). Não tem pra onde correr que ela
pega. Falar de fome é triste. Dá vergonha na gente. Ninguém quer falar
disso, nem dentro de casa se pode falar nisso (famintos do bairro).
Referências
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