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FEIRA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA 2015

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de espaços devido ao refúgio, pertencimento a uma identidade não corroborada pela sociedade<br />

em geral, dentre outros. Para uma das entrevistadas, ser quilombola está relacionado ao<br />

fato histórico de ter familiares escravizados:<br />

São os remanescentes de quilombo, pessoas que em algum momento tiveram<br />

seus familiares escravizados e de alguma forma saíram de seus espaços e se<br />

agregaram em outros espaços e vieram com suas famílias para morar nesses<br />

espaços. Nós aqui em Porto Alegre, temos famílias que saíram de um espaço<br />

onde seus antepassados eram escravizados e então foram morar nesse lugar e<br />

temos também famílias com idades que vieram de outras cidades e também<br />

estavam nessa condição e se organizaram num espaço, num bairro. Então,<br />

para mim, são os remanescentes mesmo, as pessoas que tiveram origem lá no<br />

período da escravidão. (E1)<br />

Essa visão do sentimento de identidade quilombola como resquício da escravidão no<br />

Brasil é corroborada por outras entrevistadas:<br />

536<br />

É uma questão histórica né. Então é ser pertencente de uma população que<br />

sofreu atrocidades históricas, então tem toda a questão de uma sociedade que<br />

foi criada num molde e tu não pertencer a esse molde. (E2)<br />

Deve ser uma origem antiga, né. De pessoas negras, eu acho que é isso. (E5)<br />

Ser quilombola é ser filho de gente negra que foi escravo há muitos anos atrás<br />

dos brancos. Fazia o que os brancos mandavam e eram obrigados a fazer.<br />

Querer ou não querer, tinham que obedecer. Isso é ser quilombola. (E4)<br />

Enquanto algumas narrativas associam quilombos com escravidão, subserviência, há<br />

também narrativas que associam o termo à resistência, força, união, luta, perseverança e honestidade,<br />

positivando o seu uso, demonstrando a importância da ressignificação e da visão<br />

dialética a respeito do fenômeno identitário.

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