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FEIRA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA 2015

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3.1.1.2 RELAÇÕES <strong>DE</strong> GÊNERO E GERAÇÃO NAS COMUNIDA<strong>DE</strong>S QUILOMBOLAS E O<br />

ACESSO ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS<br />

Para compreensão da experiência social das mulheres quilombolas, utilizamos o conceito<br />

de interseccionalidade de Kimberly Creenshaw, no sentido de que as opressões vivenciadas<br />

pelas mulheres quilombolas não se somam, mas se entrecruzam. Segundo Crenshaw<br />

(apud PISCITELLI, 2008, p.267), as interseccionalidades são formas de capturar as conseqüências<br />

da interação entre duas ou mais formas de subordinação: sexismo, racismo e patriarcalismo.<br />

Essa noção de ‘interação’ entre formas de subordinação possibilitaria superar a noção<br />

de superposição de opressões. Por exemplo, a idéia de que uma mulher quilombola é duplamente<br />

oprimida, à opressão por ser mulher deve ser adicionada a opressão por ser negra. A<br />

interseccionalidade trataria da “forma como ações e políticas específicas geram opressões<br />

que fluem ao longo de tais eixos”.<br />

Nesse sentido, pretendemos explorar não somente o eixo de gênero, raça/etnia, mas<br />

também o geracional, para identificar as experiências sociais das mulheres quilombolas de diferentes<br />

gerações. Nesse processo de construção das identidades das mulheres quilombolas,<br />

existiriam confluências que constituiriam aspectos ativos do desempoderamento, mas também<br />

possibilidades de resistência. A imagem que a autora oferece é a de caminhos diversos, em<br />

cada um das quais circula um desses eixos de opressão. Em certos lugares, esses caminhos<br />

se cruzam, e a mulher que se encontra no entrecruzamento tem que enfrentar simultaneamente<br />

os fluxos que confluem, oprimindo-a.<br />

Em relação aos eixos de opressão, identificamos na narrativa, o machismo, a divisão<br />

sexual do trabalho, com a sobrecarga da mulher, a falta de representatividade política nas as-<br />

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